Os testes de pré-temporada 2017 da Fórmula 1 chegaram ao fim, e pelo visto teremos uma categoria com carros mais rápidos. O que mais podemos esperar? Com base nos resultados obtidos até então, toda análise deve ser muito cautelosa, pois como eu já estou ficando chato de tanto repetir, esses tempos não mostram muito o equilíbrio de forças do grid.
Uma das poucas certezas que talvez possamos ter, é que Mercedes e Ferrari parecem estar na frente. O melhor tempo no geral, foi de Kimi Raikkonen e, nesse acerto básico de quem ainda não quer mostrar suas armas, os F1 já estão quase 4 segundos mais rápidos que o tempo da pole position de Lewis Hamilton no GP da Espanha de 2016. O finlandês ainda por cima disse que dava para baixar muito a sua melhor marca, e uma declaração otimista dessas vindo de um cara que tem o apelido de Iceman... pois é.
E do outro lado, Niki Lauda está preocupado com a capacidade de desenvolvimento da nova Flecha Prateada, que basicamente é uma evolução de seu antecessor, apesar da mudança de regulamento técnico. Pelo menos eles tem um Lewis Hamilton louco para voltar a ser campeão e um Valtteri Bottas com um enorme apetite para começar a vencer.
Será que finalmente teremos o duelo que esperávamos no ano passado, da equipe italiana sendo uma séria ameaça aos alemães? Opa, esperem aí: não se esqueçam da Red Bull! Que como de costume, já foram acusados de estarem escondendo demais o jogo. O motor Renault está bem melhor, e os austríacos fazem excelentes chassis.
Só que além dos rubro-taurinos, outra equipe parece que terá a capacidade de brigar mais pelo pódio: a Williams. Além de terem o melhor motor, da Mercedes-Benz, que deve ser bem próximo ao do time de fábrica, ainda por cima o carro como um todo demonstrou bastante confiabilidade, com Felipe Massa dando várias voltas.
Uma escuderia que creio eu, começará a aparecer mais no top 5, será a Toro Rosso. De volta com um motor atualizado, o refinamento aerodinâmico lembra até mesmo o do carro da Mercedes. Além do equipamento, está com uma dupla bem motivada a mostrar resultados para subirem para a equipe principal. No caso de Daniil Kvyat, voltar para a Red Bull, enquanto Carlos Sainz Jr. já é o terceiro piloto desta.
Por falar nessas semelhanças, pelo visto a parceria entre Haas e Ferrari segue firme. Na americana, porém, segundo Romain Grosjean, os testes não foram o suficiente para ver o potencial do VF-17 e ainda há muitas incógnitas sobre este. Mas olha, com todo o cuidado, planejamento, enfim, com a dedicação como um todo da equipe, acho que no mínimo estarão no mesmo lugar do ano passado. São bons de serviço.
Quanto a Renault e Sauber, particularmente, essas sim vejo como maiores incógnitas, porque não chamaram tanta a atenção nos testes.
Mas olhando por uma perspectiva mais teórica, a médio longo prazo, a equipe suíça deve ficar para trás devido ao desenvolvimento da unidade motriz defasada da Ferrari. Ou seja, mais um ano difícil.
Quanto aos franceses, devem dar um passo à frente, porque agora, sim, o R.S.17 é totalmente um projeto Renault Sport. Explico: ano retrasado, eles entraram de última hora, comprando tudo o que a Lotus tinha, e que havia feito até ali para ser um carro (no meio do desenvolvimento deste) com motor Mercedes, e por isso rolou uma adaptação, que a gente chama de gambiarra mesmo. Esse ano, depois de muita reorganização interna, é tudo Renault. E a montadora investe pesado na Fórmula 1.
O motor francês também já está num nível bom, e deve melhorar mais ainda com uma nova unidade ao longo da temporada.
Por último, a McLaren naquela situação delicada, de novo. E a Honda sabia dos riscos, pois depois de ter progredido ano passado, resolveu mexer profundamente na unidade motriz. Porém, creio que consigam solucionar isso logo. Até parece que tiveram uma pré-temporada melhor em relação aos anos anteriores, especialmente 2015.
Uma coisa que está muito sendo colocado em dúvida, será a capacidade de realizar ultrapassagens. Uns dizem que duelar usando esses carros será muito mais difícil e que as corridas, apesar de rápidas, irão parecer procissões. Outros, que o DRS vai funcionar bem melhor.
Quando teremos a resposta para essa e outras questões, como uma melhor noção desse equilíbrio de forças? No final deste mês, no GP da Austrália. Mas é claro, naturalmente muita coisa vai mudar ao longo do campeonato.
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Um abraço!
Paulo Vitor
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