segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Impressões do Formula E nas ruas de Pequim

(Foto: AP)
Se em autódromos o Spark-Renault SRT 01E (também desenvolvido com tecnologia da Williams e da McLaren) é surpreendentemente estável, nas ruas de Pequim as coisas mudam um pouco. Mas se até o asfalto do circuito usado pela Fórmula 1 na China não é lá essas coisas, não poderia se esperar muito do que os chineses tem nas ruas.

O que se viu de pilotos escapando tanto de dianteira quanto de traseira no último sábado, pela quantidade de incidente que tivemos, não foi por acaso. Não por ser especificamente em Pequim, mas só por ser uma corrida urbana, o comportamento do carro já muda.

O Spark era bem agressivo nas saídas de curva, fazendo os pilotos terem que confiar nos pneus Michelin, e segurar a traseira no braço. Mas aquelas "reboladas", eu diria mais que são por culpa do próprio motor elétrico. Como as curvas eram fechadas, sendo literalmente esquinas, a aceleração era bem reduzida para contorná-las, e ao acelerar na retomada, mesmo com todo cuidado do mundo, uma das peculiaridades dos motores elétricos era exposta: um torque absurdamente forte.

Se virem vídeos onboard da corrida, ou repararem mais nos próximos ePrix, verão que a cada troca de marchas, o velocímetro dava uma guinada súbita. No final da reta onde vi os carros atingirem maior velocidade, vi os números pularem de 165 km/h para 176 km/h. Já na última marcha, que provavelmente os levariam aos 225 km/h se tivesse espaço. Então a aceleração deles é algo assustador, mesmo.

Aerodinâmica também parece um ponto forte. Sem DRS ou nenhuma forma de push to pass, quando um piloto entrava no vácuo do outro, não era difícil colocar os carros lado a lado logo em seguida. Quando chegava a hora de dividir a curva, os freios também não decepcionavam.

A Formula E começou já bem, e ainda há uma boa margem de evolução para os carros.


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Um abraço!
Paulo Vitor

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