Estamos chegando ao final da temporada, e nesta, depois de muitos anos, Felipe Massa descobriu que existia vida fora da Ferrari. Aliás, sua nova equipe, a Williams, vem disputando uma posição no Mundial de Construtores justamente contra a Scuderia di Maranello.
O brasileiro não tem mais Fernando Alonso (que sempre o elogiou) para fazê-lo suar a camisa, mas encontrou um promissor finlandês chamado Valtteri Bottas no terreno de Grove.
Bottas chegou subestimado à Formula 1 como um "simples" campeão de GP3 (quando esta era mais fraca), e colocado no cockpit apenas porque Toto Wolff cuidava de sua carreira (e ainda cuida, indiretamente) e era um nome forte na Williams, até deixar a equipe e assumir um cargo ainda mais alto na Mercedes AMG. Porém logo o piloto mostrou que tinha estrela, classificando o horrível FW35, um dos piores carros da história de Grove, em 3º no GP do Canadá. Durante o resto do ano, não pudemos ver muito mais além disso, devido ao péssimo desempenho do carro.
Veio 2014, Felipe Massa foi retirado do GP da Austrália por Kamui Kobayashi, de volta à Fórmula 1 pela Caterham, ainda na primeira curva, e Bottas ficou sozinho e com o FW36, um dos melhores carros da Williams dos últimos anos, fez uma corrida sensacional, tendo feito praticamente duas corridas de recuperação dentro de uma só. Primeiro não me lembro o que aconteceu e depois porquê furou um pneu. O finlandês era muito constante e rápido, e o carro mostrou que era bem-nascido.
Na próxima etapa o brasileiro que até então já tinha mostrado mais velocidade que seu companheiro, desta vez conseguiu completar a prova, com Bottas na sua cola. É, mais no começo, Felipe andava à frente nos treinos e se classificava melhor. Ótimo, pois a Williams tinha dois pilotos que conseguiam andar juntos e tinha condições de competir com os adversários, ao invés de ficarem parados nas mesmas posições, sempre. Ou pior: só serem ultrapassados.
Lembrando que nisso, houve a treta interna pelo GP da Malásia, da qual falei neste post, e neste outro podemos entender melhor o que houve.
O FW36 continuou evoluindo e eles chegaram ao GP da Áustria como favoritos para superar a Mercedes na classificação. Massa, depois de 5 anos, cravou a pole position. Aliás, foi uma dobradinha, pois com Bottas, a equipe ficou com a primeira fila. Na corrida, o #19 chegou em 4º, logo atrás do #77 que subiu ao pódio. O primeiro dele, e o primeiro da equipe na temporada. Não por falta ou excesso de competência de um e de outro. Relembre como foi a corrida: http://autoblogpv8.blogspot.com.br/2014/06/formula-1-2014-gp-da-austria-corrida.html
Mas a partir daí, a zica de Felipe Massa que já havia se manifestado no GP do Canadá, cresceu assustadoramente. Aliás, sorte, né? Por sair são e salvo de batidas tão feias, não podemos chamar isso tudo apenas de azar. Até então ele não tinha o menor problema de ritmo de corrida. Coincidentemente ou não, veio a melhor fase de Bottas (talvez por consequência, por não ter o companheiro para "atrapalhar"), e talvez isso tenha abalado Felipe um pouquinho, no final da primeira fase do campeonato.
De volta no final de agosto, felizmente Massa recuperou o pouco do rendimento que havia perdido, o azar sumiu e ele voltou mais constante, marcando bons pontos para ele e a equipe. Até que finalmente subiu ao pódio, no GP da Itália, casa de sua antiga equipe. E recebeu o carinho dos tifosi em Monza. Mas diga-se de passagem que Bottas, apesar de ter largado mal, fez uma corrida espetacular.
Largada... tá aí algo em que Felipe se destaca, quando não acontece nada de errado. Dificilmente ele é ultrapassado, mas quase sempre larga muito bem, partindo pra cima e conquistando posições. Depois disso ele não consegue abrir muita vantagem, mas na medida do possível, se defende bem. E segue nesse ritmo até o último stint, quando ele fica bem mais rápido. Recentemente, no GP de Cingapura, descobrimos que ele ainda consegue ser rápido tendo que preservar pneus absurdamente desgastados.
Já Bottas é diferente. Ele não consegue andar bem com pneus velhos e já havia mostrado isso, salvo engano, no GP da Hungria. É suficientemente bom na largada, apesar de não ter sido tanto nas últimas. Mas supera o companheiro em constância ao longo de toda a prova (enquanto está em boas condições), e em arrojo para atacar, que não é um dos pontos fortes de Massa. Bottas analisa bem o adversário, e com muita antecedência planeja a manobra (como ele mesmo já diz que faz assim), até encontrar a oportunidade perfeita para executá-la.
Então a Williams tem um FW36 bem-nascido, que se desenvolve bem. Uma equipe técnica com seus engenheiros e mecânicos capazes de superar condições em que o carro não vai bem, como foi em Marina Bay e no GP da Espanha. E tem um piloto também muito bom em seu conhecimento técnico, experiente e suficientemente bom de corrida. E outro piloto arrojado que é um diamante que vem sendo lapidado, e nas palavras de Felipe Massa, futuramente poderá ser campeão.
No geral, creio que a Williams não teve uma temporada tão boa nos últimos anos, e eles podem muito bem terminar em 3º no Mundial de Construtores, garantindo um bom prêmio em dinheiro para o desenvolvimento do próximo carro.
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Um abraço!
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