O foco está nele (Foto: Getty Images) |
Eu tentei me conter, por ser apenas a segunda etapa do campeonato, mas vendo o VT do GP da Malásia pela terceira vez, é impossível não dizer: Max Verstappen tem estrela. Ou pelo menos teve - e muita - nesse final de semana.
Enquanto você, adolescente de 17 anos, está aí batendo punheta preocupado com logaritmos, tem um moleque da sua idade na Fórmula 1, acelerando a mais de 320 km/h. E mandando muito bem.
Filho de Jos Verstappen, que correu na Fórmula 1 entre 1994 e 2003, Max tem apenas 17 anos (e aos 16, já tinha alguma experiência com F1), chegando à categoria mais cedo do que o pai (que salvo engano, entrou aos 22 anos). Pela pouca idade, é de se imaginar que além do kart, sua carreira é curta no automobilismo. Curta não. Curtíssima. Em 2013 ele ainda corria de kart e ano passado esteve na Fórmula 3 Europeia, terminando o campeonato em 3º lugar.
Já fazendo parte do programa de desenvolvimento da Red Bull, a empresa pegou a todos (provavelmente incluindo o próprio Max) de surpresa, ao anunciá-lo na Toro Rosso no meio da temporada, já que Vettel iria (e foi) para a Ferrari e, por isso, Daniil Kvyat foi promovido para a equipe principal Infiniti. Uma aposta alta, mas aparentemente, sabiam o que estavam fazendo.
Antes do começo da temporada, ele vinha brincando "vai ser que nem pilotar meu F3, só que com - muito - mais potência."
(Foto: Getty Images) |
Na primeira etapa do mundial, no Albert Park, em Melbourne, no GP da Austrália, o motor Renault do STR10 de Verstappinho quebrou. Fazendo papai ficar muito puto nos boxes da Toro Rosso (normal - e espero que ele não prejudique o filho por isso, nem que este siga os hábitos do pai).
Chegando ao circuito de Sepang, sábado na classificação, o pirralho já surpreendeu ao conquistar o 6º lugar no grid de largada.
Então veio a corrida, e o garoto brilhou. Pilotou de forma muito madura, dando aula pra macaco velho. Freava tardiamente nas longas retas do circuito, mas quando o fazia, era de forma precisa e sequer dava uma travadinha nos pneus.
Conseguia fazer voltas rápidas usando menos pista, atacava com uma precisão cirúrgica, chegando e ultrapassando de forma rápida e brilhante (incluindo Kvyat e Daniel Ricciardo da Red Bull) e, na medida do possível, se defendia muito bem dos ataques alheios. Se tinha que vender sua posição, não o fazia por um preço baixo. Mas sem fazer barbeiragem. Fechando de forma dura, mas limpa, e quando não dava mais, andava lado a lado com o adversário. Se podia recuperar, recuperava. Se o carro do outro estava em condições melhores, seguia fazendo sua ótima corrida.
Terminando com um 7º lugar, uma posição à frente de seu companheiro de equipe, Carlos Sainz Jr. (que também tem talento, mas vem mostrando menos), Max tornou-se o piloto mais jovem da história da Fórmula 1 pontuar na categoria. Recorde que dificilmente será (se for) superado.
(Foto: Getty Images) |
Um abraço!
Paulo Vitor
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