domingo, 2 de novembro de 2014

Fórmula 1 2014 - GP dos Estados Unidos - Corrida

Outro ótimo final de semana de Grande Prêmio! E parece que Austin, no Texas, terra dos cowboys americanos, está fazendo bem à Fórmula 1, para a alegria de Bernie Ecclestone.

(Foto: AP)
Mais uma merecida vitória de Lewis Hamilton, que vence sua quinta corrida consecutiva e a décima na temporada. Nico Rosberg completou a dobradinha de Mercedes, não dando vida mansa ao companheiro nem durante uma volta. Completando o pódio veio Daniel Ricciardo, da Red Bull.

Com essa dobradinha, que foi a décima, a Mercedes se igualou a McLaren em 1988, com Alain Prost e Ayrton Senna.

Rosberg fez uma largada perfeita, não dando a menor chance à Hamilton de ultrapassá-lo. Manteve a ponta e chegou a abrir certa vantagem.

Pouco após a primeira rodada de pit stops, depois de muito estudar a trajetória do alemão, um incomum Lewis Hamilton conservador até demais para o estilo dele, detectou um ponto falho do líder da corrida, onde ninguém, nem o próprio Nico, esperava que pudesse ser superado. Não foi nem na zona de DRS. Hamilton colocou de lado, disputaram na freada e dividiram a curva, com o inglês saindo na frente de forma magnífica. Então W05 #44 começou a abrir vantagem, mas não muito atrás vinha o #6.

Com mais uma parada nos boxes, por pouco Rosberg continuou atrás, mas nesse último stint o alemão e o campeão de 2008 começaram a dar voltas voadoras para tentar fazer aquela pressão psicológica um no outro. No final das contas, Hamilton levou a melhor, com pouco mais de 4 segundos. Ampliando sua vantagem no campeonato.

(Foto: AP)
O australiano rubro taurino também fez uma excelente corrida, e contou um pouco com a sorte, apesar de que na largada, teve mais foi azar. Partindo em 5º no grid, ele tracionou mal o RB10 #3, caindo para 7º ou 8º. Dali em diante, teve que partir pra cima mesmo. Chegaria em 4º, mas conseguindo tirar aquele pouquinho a mais do carro no braço e contando com uma lambança na estratégia da Williams (e uma excelente estratégia da Red Bull), acabou completando o pódio. Aliás, seu oitavo pódio na temporada e em sua carreira na Fórmula 1, sendo que três foi como vencedor, único a superar as Flechas Prateadas.

(Foto: Getty Images)
Nenhum desses três foi quem fez a volta mais rápida, mas o autor desta é o outro piloto da Red Bull, Sebastian Vettel. O atual tetracampeão largou dos boxes após todos os outros, e saiu ultrapassando loucamente até chegar em 7º. Porém de tanto batalhar por posições, seu carro já estava um bagaço, e por isso, a poucas voltas do fim, teve que fazer mais uma parada, obviamente optando pelos compostos mais macios disponíveis, pois não havia muita corrida pela frente, e esses pneus lhe garantiriam voltas mais rápidas. Então, após cair para último, conseguiu alcançar o 7º lugar novamente. Fez uma corrida muito boa. Danado, esse Sebastião.

(Foto: Getty Images)
Quando digo que Vettel caiu para o último lugar, entenda 15º. Se já não contavam com a presença de 4 carros, da Caterham e da Marussia, ainda na primeira volta um muito afobado Sergio Pérez tirou Adrian Sutil da corrida. Com o carro abandonado, o mexicano também teve que abandonar e quase tirou Kimi Raikkonen também. Não muito mais tarde, a outra Force India teve algum problema, forçando Nico Hulkenberg a abandonar.

Com essa batida entre Pérez e Sutil, o safety car teve que entrar na pista, onde permaneceu por algumas voltas. Muitos pilotos aproveitaram isso como uma chance de já entrarem nos boxes para já fazerem a troca obrigatória de pneus.

(Foto: Getty Images)
Chegamos ao ponto de falar qual foi o erro de estratégia da Williams. Vamos por partes. Odeio ter que gastar uma parte grande do texto para falar de apenas uma equipe, ou um caso específico, ainda mais quando tem brasileiro, pois quase sempre fica parecendo puxação de saco, mas vamos lá.

Felipe Massa era o 4º no grid de largada. Mesmo do lado mais sujo e menos aderente, tracionou melhor, superando seu companheiro de equipe, Valtteri Bottas, que havia largado na frente, no lado limpo e mais emborrachado. Bottas ficou lado a lado com... salvo engano, Fernando Alonso, mas o finlandês acabou permanecendo à frente da Ferrari.

A princípio, Bottas colou em Massa, e teve algumas chances de ultrapassá-lo, mas o brasileiro sempre se defendia. Ambos foram limpos. São da mesma equipe, então mais do que em outros casos, não podem abusar demais e passar dos limites.

(Foto: AFP)
Bottas mantém a pressão, pois é mais do estilo que vai pra cima. Ou seja: desgasta mais os pneus. Massa é mais conservador com os pneus, e nem por isso é tão menos veloz. Então começou a se distanciar, até fazer sua parada nos boxes, na qual não houve erros. Depois foi a vez da Williams chamar Bottas para fazer uma boa parada. Porém, o FW36 #77 por pouco saiu atrás de... Ricciardo! Que já havia se recuperado. Isso deu ao brasileiro a chance de abrir ainda mais, enquanto os dois brigavam atrás.

Se Valtteri já é dos que desgastam mais os pneus, indo para cima de um adversário, então, perde ainda mais. Talvez por essa razão, na segunda rodada de pit stops, a Williams tenha chamado ele primeiro (que aliás, já estava reclamando dos pneus), quando a preferência normalmente deve ser de quem está na frente, que no caso era um Felipe Massa com seus pneus em condições piores do que os de Ricciardo que vinha atrás.

Como se já não bastasse isso, ao invés de fazer a parada do #19 logo após a do 17#, deixaram Felipe mais uma volta na pista. É pouco? Beleza, os mecânicos perderam tempo na parada do Felipe. Com isso, Ricciardo que ultrapassou um FW36 na primeira rodada de pit stops, passou o outro na segunda.

Mas nem tudo estava perdido, ainda. Massa manteve um ritmo não tão forte, mas constante e o suficiente para administrar bem sua vantagem sobre o seu companheiro de equipe, enquanto Ricciardo aumentava a diferença de tempo entre ele e os carros da Williams. Consequentemente, desgastando mais os pneus. Quando o RB10 de Ricciardo começou a perder rendimento a 10 voltas do fim, Massa foi autorizado a modificar o mapeamento de seu motor Mercedes-Benz para um modo com mais potência, para assim ele poder usar tudo o que economizou do carro com seu conservadorismo, ou seja, pneus e combustível. Assim ele foi tirando décimos e mais décimos de vantagem do rubro taurino a cada volta. Quando Ricciardo viu que Felipe se aproximava, ele tirou aquele último "caldinho" de seu RB10 para segurar uma diferença de quase 1,5 segundo, conseguindo se segurar no 3º lugar até o fim. Pelo menos Felipe chegou na mesma posição em que largou, o que logicamente é melhor do que perder. Mais 4 segundos, e veio também Valtteri Bottas, que também melhorou seu desempenho nas voltas finais, pois estava mais atrás.

A equipe de Grove poderia ter saído de Austin com pelo menos um 3º e um 5º lugares, ou até 3º e 4º (como haviam largado, mas invertendo a ordem). Porém preferiu beneficiar Bottas-não-sabe-conservar-pneus (mas que é um pouco mais rápido), confiando que Massa aguentaria mais tempo com os pneus não tão ruins, mas ainda o deixaram uma volta a mais na pista, conseguindo um 4º e um 5º, perdendo uma posição. Parabéns, Williams. Parabéns. Mas beleza, essa até que dá para compreender.

(Foto: Getty Images)
Bem depois, chegou Fernando Alonso em 6º, que foi exatamente a posição na qual ele largou. No início ele até foi pra cima, mas depois acabou ficando para trás. Mas fez o melhor que podia (apesar de ter dado uma bela escapada em certo momento), e inclusive conseguiu fazer a volta mais rápida quase no final da corrida, com um tempo bem próximo das Mercedes, e da melhor volta de Vettel. O espanhol ainda tem muito gás, sim.

Completando a zona de pontuação, vieram Kevin Magnussen da McLaren, Jean-Éric Vergne da Toro Rosso e Pastor Maldonado da Lotus. Esses dois últimos cruzaram a linha de chegada não só no mesmo segundo, mas no mesmo meio segundo, e duelaram muito nas últimos voltas. Com todo cuidado com a periculosidade de Maldonado, o francês levou a melhor, quem sabe assim agradando a alta cúpula da Red Bull, e quem sabe conseguindo mais um ano na Toro Rosso.

Por falar em Vergne e Lotus, ele também teve uma - feroz - disputa contra seu compatriota, Romain Grosjean, que cheou em 11º, com um pedaço de carro perdido para o outro francês.

(Foto: Twitter da Lotus)
Aproveitando que tivemos menos carros e mais alguns abandonos, já vou dizendo aqui mesmo que depois de Grosjean, vieram nesta ordem: Jenson Button da McLaren, Raikkonen da Ferrari, e por último, Daniil Kvyat da Toro Rosso, que ano que vem vira companheiro de Ricciardo como titular da Infiniti Red Bull. E ainda na Lotus, Pastor Maldonado desencantou, pontuando.


Resultado final do GP dos Estados Unidos de Fórmula 1, em Austin, no Texas, via Corrida F1: http://www.corridadeformula1.com/gp/eua-2014


Mundial de Construtores: http://www.formula1.com/results/team/


Ah! Nada a ver com a corrida, mas queria reclamar de uma coisa. Já estou acostumado com a Globo dando preferência ao futebol, o que é compreensível pois dá mais audiência. Com isso, seu canal pago SporTV transmite a corrida. Mas dessa vez, cortaram o pódio... sabem por que? É, futebol de novo. Só que dessa vez por causa de um jogo da Série B do Brasilixão, digo, Brasileirão.

Mas voltando ao que importa... Que corrida! E até a próxima, minha gente! Que aliás, será o GP do Brasil, no Autódromo Internacional José Carlos Pace, em Interlagos, São Paulo, já no próximo final de semana, nos dias 7, 8 e 9 de novembro. Penúltima etapa do Mundial 2014 de Fórmula 1.


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Um abraço!

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