sábado, 8 de novembro de 2014

Endurance (WEC): exemplo de trabalho em equipe


Só Fórmula 1 no AutoblogPV8 esse mês... vamos dar uma variada, né? O mundo do automobilismo é MUITO mais amplo do que isso, ao contrário do que pensa o leigo ou telespectador casual, que corrida de verdade é apenas a Fórmula 1.

Certa vez ouvi um narrador ou comentarista falar que, se automobilismo fosse um esporte individual, seria o mais coletivo deles (e depois, muitos repetiram a fala). Em outras palavras: o foco não está no umbigo do piloto. Isso em qualquer categoria, mas creio eu que nas de endurance, como o WEC (só um exemplo), o trabalho em equipe é muito mais perceptível.

Primeiramente, nos referimos às posições pelos carros e seus números, e a qual equipes estes pertencem. Claro que nos lembramos que tal carro é conduzido pelos pilotos X, Y e Z, mas isso vem depois (sem tirar mérito algum). O que importa mais é o resultado do time. Por cada carro ter mais de um piloto, muitos desvalorizam uma vitória pensando que um pode acabar sendo "carregado nas costas" dos outros, mas estão muito enganados.

Quem me abriu os olhos para isso, se me lembro bem, foi o Fernando Rees, brasileiro piloto da Aston Martin no WEC. Ele traz muita informação aos fãs, através de sua conta Instagram, principalmente. Para alguns mais desconfiados (ou chatos mesmo) pode perecer "suspeito" ou coisa parecida, por ele estar se defendendo, mas o que ele disse faz todo sentido, e é o seguinte (não exatamente com essas palavras, mas a ideia é essa): em outras categorias, o carro é feito e acertado para o tipo específico de guiar do piloto que ocupará o cockpit; em provas em que o cockpit é compartilhado, deve haver um acerto que esteja mais próximo do estilo de todos, e o que não for muito do tipo dele, ele vai ter que se virar e se adaptar ali na hora.

O piloto não chega dizendo "vou correr de Ferrari", mas "vou correr para a Ferrari" (exemplo). E eu falei da importância da equipe como um todo aqui neste post.

Automobilismo é trabalho em equipe, galera. Com o trabalho do piloto sendo tão importante quanto o de seus engenheiros e mecânicos (e todos os demais funcionários, é claro), que junto com ele, prepararam o carro nos treinos, sobre os quais eu falei neste outro post.

No emocionante encerramento das 24 Horas de Le Mans, por exemplo, naquele solo sagrado onde está gravado páginas históricas para o automobilismo, naquela atmosfera onde você respira corrida em toda a sua intensidade, você vê e entende o valor de tudo isso.

Lembramos dos pilotos por seus grandes feitos lá, é claro. Mas nos lembramos dos carros, anos e modelos destes, dos modernos aos clássicos. Da importância disso na evolução da indústria automobilística. Isso é automobilismo.

Sonho com o dia em que o - apenas - futebolista (nada contra) que vai assistir corrida de Fórmula 1 neste final de semana só porque é à tarde, vai entender isso e parar de falar bobagens na roda de amigos e nas redes sociais.


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Um abraço!
Paulo Vitor

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