segunda-feira, 7 de julho de 2014

Brasileiros no automobilismo além da Fórmula 1

Não é "pachequismo" da minha parte, pois gosto do automobilismo como um todo, e assisto corridas que não contam com a participação de nenhum brasileiro. Mas como pode ser do interesse de vocês...


Quando falamos que a Fórmula 1 é a maior categoria do automobilismo mundial, significa que ela é a que mais move dinheiro. O que não é de se espantar, pois além dos grandes patrocinadores, ela tem marcas como Ferrari, Mercedes-Benz, McLaren, Infiniti, Lotus (apesar desta não representar mais a montadora), em carros desenvolvidos com altíssima tecnologia, e mega rápidos.

Mas isso não quer dizer que seja necessariamente a mais competitiva, ou que é onde está a elite de pilotos. Aliás, Sebastian Vettel, Fernando Alonso e Lewis Hamilton sofreriam correndo contra outros caras por aí, assim como estes sofreriam correndo contra eles na Fórmula 1 - ou não.

Muita gente que não é próxima do automobilismo, e só vê aquele mega resumo da corrida de Fórmula 1 em jornais na TV, pensa que um piloto chega direto na categoria, e faz um descaso terrível não só com as categorias de base (principalmente com o kart, sequer imaginando na enorme dificuldade que é), mas com as outras categorias top, que oferecem corridas tão boas ou até melhores.

Enfim, nessa nova série de posts, eu pretendo apresentar em cada um, pelo menos uns dois pilotos do Brasil que correm por aí, e correm muito bem. Sim, nossos pilotos são bem melhores do que você imagina. Porque, meu caro, o automobilismo é muito mais do que a Fórmula 1, e vitórias e títulos fora desta, valem muito, muito mesmo.


Quando eu era um pirralho que ainda não ligava muito para automobilismo profissional (pois é, ao contrário do que vocês devem imaginar, eu não assistia muitas corridas antigamente), mas já gostava de carros e da velocidade, comprei o simulador automobilístico GTR Evolution (excelente, diga-se de passagem). Como eu procurava brasileiros para usar na pista, na categoria WTCC, encontrei um certo Augusto Farfus, que corria pela BMW, e logo na minha primeira partida lá, fui correr no Autódromo Internacional de Curitiba, sem nem desconfiar que estava levando Farfus não só para a sua casa enquanto tendo o Brasil como país, mas para Curitiba como a cidade, pois ele é de lá.


E foi lá, nos campeonatos de kart do Paraná, que surgiu um garotinho fenômeno, que antes já fazia sucesso correndo em motos. O pequeno Augusto sobre as duas rodas e no primeiro degrau do automobilismo, conquistou incontáveis títulos, estaduais, nacionais e quando adolescente, internacionais.


Em 2001 foi campeão da Fórmula Renault Europa, e em 2003, campeão da Fórmula 3000 Europa. Depois disso que ele foi ao WTCC, começando com a Alfa Romeo e posteriormente indo para a BMW. Além dessa categoria, conquistou vitórias importantes em algumas corridas de longa duração.


Então, em 2012 (eu acho, só acho, que até foi no meio da temporada) ele foi para o DTM também pela BMW. Este é o campeonato alemão de turismo, que nos últimos anos cresceu bastante. O que me animou, pois as provas desse campeonato são transmitidas pela TV brasileira. Finalmente eu conheceria o desempenho de Augusto Farfus...e me surpreendi. Como um novato, ele já marcou pole positions, e teve uma vitória, terminando o campeonato em 6º - uma boa posição para um estreante. No ano passado, vieram mais vitórias, e assim ele foi vice-campeão.

Se eu "conheci" o curitibano pelos jogos, teve um outro que conheci de forma ainda mais curiosa, até então sem nem saber quem ele era. Não por falta de feitos dele (de jeito nenhum), mas porque apesar de ter sido no início do ano passado, era de uma parte do mundo do automobilismo que eu ainda conhecia muito pouco: o endurance.


Como eu disse, era início de 2013, quando há pouco tempo, eu tinha criado uma conta no Instagram. Eu não sabia mexer nele direito, e via que, principalmente entre as fotos da minha viagem à Ubatuba, apareciam curtidas de um Fernando Rees. Eu não sei se naquela época (como se tivesse muito tempo) ele me seguia ou não.

Em 2012 começou o WEC (World Endurance Championship), mas naquele ano nem me liguei muito nisso. Só acompanhei, e de longe, as 24 Horas de Le Mans, que já existem há muito mais tempo e  fazem parte do calendário da categoria. Em 2013, no mês de abril, começou a temporada, com as 6 Horas de Silverstone. Eu sabia que correriam Lucas di Grassi, Bruno Senna e até Antônio Pizzonia (os dois últimos, venceram em suas respectivas categorias), mas assistindo a corrida via Internet, vi esse Corvette amarelo dando aquela ultrapassagem, do tipo "valeu, falou, fui" em outro carro da mesma categoria dele, e quando vi o nome de quem estava pilotando... Fernando Rees!


"Espera... aquele cara das curtidas, é um piloto do WEC?", porque na ocasião, eu não abri o perfil dele. Eu simplesmente postava as fotos, e as curtidas eu via bem depois. Fui pesquisar e... não só era piloto do WEC, como ainda é, mas também brasileiro. Putz, que vergonha. Como eu podia dizer até então que era um fã de corridas? Mas tudo bem... categoria nova, e ninguém sabe de tudo.

Bem, fui pesquisando, assistindo alguns vídeos, e a pilotagem daquele cara me impressionou. No endurance, salvo engano foi campeão em 2010 e 2012. Aí um ou outro pode me dizer "ah, mas ele não corre sozinho, e reveza o carro". Mas filhão, é aí que complica mesmo! Quando você tem seu próprio carro em qualquer categoria, ele é feito e desenvolvido pra você. Já quando um mesmo carro é guiado por mais de um piloto, o acerto é um só, e o piloto é que tem que se adaptar em conduzir a máquina, goste ou não do acerto, combinando ou não com seu estilo de pilotagem. Fora que o piloto deve ser muito, digamos, constante, para não ficar para trás em provas tão longas. Sem falar no quando isso deve ser desgastante.

Aliás, esse piloto chegou ao endurance de uma forma interessante, e de cara, vencendo. Foi logo depois de ele se recuperar de um acidente... não qualquer acidente, mas, com o perdão da palavra: sabe aquela pancada fodida? Foi uma dessas, na Fórmula 3000. Não foi culpa dele, que nada pôde fazer para evitar. Ele ficou muito mal por isso, meses de cama. Mas felizmente se recuperou.

Hoje, Fernando corre pela Aston Martin em uma categoria acima da qual corria antes, dentro do WEC, é claro.


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Um abraço!
Paulo Vitor

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