(Foto: Grande Prêmio) |
A vitória conquistada hoje por Lewis Hamilton, possivelmente será uma das mais marcantes de sua carreira. Porque foi, de fato, conquistada, não ganhada, como geralmente acontece quando se trata de Mercedes. E mais do que isso, foi em casa.
Na largada, tivemos um pulo incrível de Felipe Massa para a liderança, passando por entre os carros da primeira fila, exatamente como fez Richie Stanaway ontem na GP2. Levou junto seu companheiro de equipe na Williams, Valtteri Bottas, que ainda no início do setor 1 chegou a colocar o FW37 #77 em 2º lugar, mas logo foi superado por Lewis Hamilton.
(Foto: AP) |
Nesta mesma primeira volta, houve um acidente envolvendo Romain Grosjean da Lotus e Jenson Button da McLaren-Honda, com ambos abandonando, sobrando até para seus companheiros Fernando Alonso, que quebrou a asa dianteira e Pastor Maldonado, que também se retirou da prova.
Massa fechou a volta como líder. O safety car entrou em ação e Alonso foi para os boxes. 5 voltas depois, bandeira verde. Hamilton foi com tudo para cima do brasileiro, que se defendeu bem e o inglês foi parar fora da pista. Com isso, Bottas também conseguiu superá-lo, formando o 1-2 da Williams que duraria até a volta 20.
Ah! Diga-se de passagem que, na volta na qual o safety car saiu, Max Verstappen rodou, mas foi dada apenas uma bandeira amarela de setor, já que ele foi parar bem longe da pista. Fim de corrida para o moleque da Toro Rosso.
O finlandês até tentou ultrapassar seu companheiro, que teve que se defender como o fez contra Vettel no GP da Áustria. Mas logo veio a ordem de Pat Symonds: "não corra contra seu companheiro". Jogo de equipe? Não exatamente. Estavam só pensando no melhor resultado da corrida para todos. Fórmula 1 não é um esporte individual, lembram-se? Mas então para ser justo, Symonds autorizou o #77 a realizar a manobra só se o fizesse de forma limpa, ou seja, na reta. Pois se ficassem brigando pela liderança acirradamente, desgastariam demais os pneus. Só de Bottas ficar na cola de Massa, já causava isso. Então seria a oportunidade perfeita para a Mercedes dar o bote.
E assim foram as 20 primeiras voltas, com Massa puxando o trenzinho, com a equipe de Grove até abrindo certa vantagem, pelo menos a princípio. Posteriormente ficaram Bottas e Hamilton podendo utilizar o DRS, e Nico Rosberg vinha um pouco atrás.
Voltando um pouco, devo dizer que a Ferrari fez uma péssima largada mas, após certas disputas no pelotão intermediário, onde foram parar, começaram a escalar posições. Daqui a pouco eu volto neles.
Daniel Ricciardo começou a sofrer com problema de potência do motor Renault por uma falha elétrica, abandonando a corrida. E segue o sonho da Red Bull para ter os propulsores Ferrari ou Mercedes-Benz - via Aston Martin - em 2016.
Bem, começaram a fazer os pit-stops e da galera da frente. O inglês bicampeão foi o primeiro a fazê-lo, dando duas ou três voltas muito rápidas antes disto. Em seguida a Mercedes fez a parada de Rosberg. Já a Williams, esperou uma ou duas voltas a mais do que não deveria, perdendo a liderança para Hamilton. Mas até aí tudo bem, pois ainda iriam completar o pódio com seus dois carros.
Inclusive, quando foi a vez de Bottas sair dos boxes, ele, de pneus frios, se encontrou com um Rosberg que já tinha aquecido seus pneus. O alemão bem que tentou, duas vezes. Mas nas duas vezes, tomou duas bottadas. O finlandês em condições inferiores, foi capaz de se defender excepcionalmente. Talento puro. Pelo menos me pista seca e quando tem pneus novos.
Pois é, eis que o típico clima britânico resolveu dar as caras.
Primeiro veio só uma garoa. A Mercedes com mais pressão aerodinâmica, permaneceu na pista. A Williams, com a racionalidade inglesa, também. Só que Valtteri já começou a reclamar e escorregar bastante, mas a equipe dizia que era mimimi dele e que era pra ficar na pista, visto que seu companheiro não tinha o mesmo problema. Mas cá entre nós, um dos pontos mais fortes do brasileiro é ter o carro muito na mão, se é que me entendem.
Essa foi a chance que Rosberg estava esperando, utilizando a superioridade do W06 Hybrid na chuva perante o FW37, ultrapassando o #77 sem maiores dificuldades. Bottas parecia estar com os pneus ensaboados, logo, nem conseguiu se defender.
Já a Ferrari, com o jeito passional italiano, chamou Kimi Raikkonen para os boxes, colocando pneus intermediários no SF15T #7. Como eles tem adotado estratégias diferentes para seus carros nesses casos de incerteza, mantiveram Sebastian Vettel na pista, e o alemão fez a parte dele.
Nesse meio tempo, um virtual safety car. A outra Toro Rosso, de Carlos Sainz Jr., foi parar fora da pista com algum problema, mas perto demais de onde os carros passavam.
A garoa passou, mas enganaram-se quem pensou que não passaria disso ou, no máximo, outra garoa viria. Erraram feio, erraram rude.
Inglês como é, tendo crescido correndo naquela parte separada da Europa, foi logo colocar os pneus intermediários. Rosberg fez o mesmo. E foi aí o segundo erro de estratégia da Williams. O mesmo erro: esperou mais do que deveria, andando devagar demais com os pneus slick no molhado. Massa ainda conseguiu sair na frente de Rosberg, mas nem teve como disputar com o alemão, que acabou superando o brasileiro. E Bottas, que já havia perdido muito tempo na pista, acabou ficando quase 30 segundos atrás de seu companheiro.
Foi onde a Scuderia acertou com a sua segunda estratégia, feita para Vettel. Trocou os pneus slick por intermediários antes da Williams, tomando o pódio da equipe de Grove.
(Foto: Autosport) |
Meio que um pódio que caiu no pódio de Vettel, mas também não foi falta de mérito dele. Fez uma corrida normal, com ritmo suficientemente bom, estando no lugar certo e na hora certa graças a estratégia feita para ele. Enquanto a Williams... cagou no pau de seus dois pilotos. Já Raikkonen, como andou com os pneus intermediários ainda com a pista meio seca, teve um desgaste maior, tendo que usar um segundo jogo de pneus de pista pouco molhada, terminando a corrida apenas com um 8º lugar.
Se tivessem bola de cristal, a Williams poderia, no mínimo, colocar os dois carros no pódio. Por que no mínimo? Não há terceiro carro, mas podiam até mesmo ter vencido, se soubessem de tudo, tanto com Felipe Massa quanto com Valtteri Bottas, que nas primeiras voltas tinha ritmo forte e, talvez, poderia abrir maior vantagem sobre as Mercedes.
Seria legal, já que é uma equipe inglesa. Mas de qualquer forma, apesar da outra equipe ser alemã, o piloto vencedor foi de casa.
O #19 teve que se contentar com o 4º lugar. Bottas, por sua vez, mesmo com pneus intermediários no molhado, por pouco não tomou mais uma ultrapassagem, desta vez de Daniil Kvyat, da Red Bull. Eles terminaram em 5º e 6º, respectivamente.
E o Felipe Nasr? Sequer largou. Seu C34 teve problemas de câmbio antes
mesmo da volta de apresentação, mas o brasileiro permaneceu com a equipe
Sauber nos boxes, sempre de olho nos gráficos de telemetria nos
monitores.
(Imagem: FOM) |
Seu companheiro Marcus Ericsson chegou em 11º, na frente
apenas dos carros da Manor, que foram os últimos a se classificar... com
3 voltas de atraso. Will Stevens estava levando a melhor, mas cometeu
um erro no final e foi superado por Roberto Merhi.
(Imagem: FOM) |
Em 7º lugar, uma boa performance do campeão das 24 Horas de Le Mans, Nico Hulkenberg, que largou em 9º. Foi o último a terminar na volta do líder. Uma boa corrida também de seu companheiro de equipe, Sergio Pérez, que apesar de umas escapadas, saiu de 11º e terminou em 9º. Force India saiu com um saldo totalmente positivo na primeira corrida do seu novo carro, o VJM08B.
E a zona de pontuação foi fechada por... Fernando Alonso! Finalmente, voltou a pontuar pela McLaren-Honda, fazendo-o pela primeira vez nesta temporada. Muito bom, mesmo.
(Foto: Honda) |
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Um abraço!
Paulo Vitor
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