terça-feira, 8 de agosto de 2017

Fórmula 1 - Balanço de meia temporada 2017


A Fórmula 1 chegou ao seu período de férias da meia temporada, que geralmente acontece entre os finais de julho e agosto, embora alguns testes tenham sido feitos pela categoria e pela Pirelli com a Ferrari de lá pra cá. De qualquer forma, metade mais uma corrida, já foi.

Temos a Mercedes liderando o Mundial de Construtores com 357 pontos, contra 318 da Ferrari. Por outro lado, o Mundial de Pilotos apresenta uma situação inversa, com a liderança do ferrarista Sebastian Vettel, com 357 pontos, contra 318 do piloto das Flechas Prateadas.


Isso mostra equilíbrio entre os carros? Não necessariamente. Não mais, pelo menos não totalmente. Parecia que os alemães haviam encontrado o caminho das pedras para deixarem a Scuderia para traz, principalmente na Áustria e na Inglaterra, mas depois descobrimos que isso teve um preço: trocas de câmbio que vieram posteriormente, primeiro para o tricampeão, depois para Valtteri Bottas, o que lhes custaram 5 posições no grid de diferentes etapas. O motivo? Forçaram demais o componente, para alcançar os vermelhos.

Visto que não daria certo ou não valeria a pena continuar fazendo isso, o campeonato seguiu em frente, tendo a seguir um circuito que nos últimos anos, tem mostrado ser um lugar que deixa as equipes de ponta em maior condição de igualdade: Hungaroring. Resultado: mesmo com um problema de direção, vitória do tetracampeão no GP da Hungria, com direito a dobradinha com Kimi Raikkonen, que mostrava ritmo superior, mas foi comboiando. E Hamilton fez um gesto de grandeza que eventualmente pode lhe custar o título ao final da temporada, cedendo o pódio ao seu companheiro que o ajudou mais cedo.


No geral, as Mercedes podem até ser um pouco superior. Mas alguns circuitos beneficiam mais o comportamento da Ferrari e, mais do que isso, Vettel vem sendo um piloto que sabe administrar melhor sua pontuação, mostrando mais regularidade. Só perdeu a cabeça em Baku, mas deu a sorte do azar atingir Hamilton.

Temos então campeonatos em aberto. Sim, de pilotos e construtores. Mas não dá pra ter certeza se a situação continuará assim após as férias. As fábricas ficam fechadas e as equipes proibidas de seguirem desenvolvendo seus carros, mas claro que em casa, os engenheiros vão tendo altas ideias nesse período de tempo. Não dá pra paralisar a mente deles, né? Ainda bem.

Voltaremos com o GP da Bélgica, em Spa-Francorchamps. Em condições normais, é de se esperar que os pilotos das Flechas Prateadas deitem e rolem lá. Porém eu disse o mesmo em 2014 e tivemos a zebra das zebras com uma vitória de Daniel Ricciardo, que aliás, foi o único que não é das duas maiores equipes, que venceu uma corrida. A Red Bull continua sendo uma força a ser considerada e não me surpreenderia que voltem a vencer até o final do ano, contando um pouco com o azar dos outros, justamente como foi no GP do Azerbaijão.


O que atrapalha um pouco os austríacos, é que sua evolução, assim como de sua fornecedora de motores, a Renault, tem sido uma montanha russa o ano todo. Uma hora, levam atualizações que prometem colocá-los na briga pela ponta, mas estas acabam não correspondendo as expectativas. E quando ninguém espera nada, vão lá e fazem uma boa corrida.


Não nos esqueçamos ainda dos coadjuvantes. Em 3º, temos Bottas, que vem gostando cada vez mais de ganhar e, se der a louca em seu companheiro, pode até superá-lo. Raikkonen não vence há anos, mas esteve bem perto duas vezes, não fossem manipulações da Scuderia. E também esteve próximo da pole, largando na primeira fila em duas ocasiões. E Max Verstappen é um doido, mas um doido que tira tudo do carro, apesar de que está vivendo uma certa maré de azar.


Uma pista em que os pilotos da Ferrari, mais provavelmente o alemão, ou quem sabe até a dupla da Red Bull, podem se dar bem, são as ruas de Marina Bay, no GP de Singapura.

Saindo da briga titânica e passando para o meio grid (apesar de que os rubro-taurinos também estejam um pouco nesse grupo), a Force India consolidou-se mesmo como a 4ª força, aproveitando uma regularidade impressionante de seus pilotos, Sergio Pérez e Esteban Ocon, que constantemente chegam juntos. E isso já rendeu algumas trocas de faíscas, às vezes, mas parece que estão sabendo gerenciar isso relativamente bem.


Ainda por cima, se beneficiam do fiasco da Williams. Lance Stroll demorou para pegar confiança, parar de bater e pontuar. Mas não conseguem muito mais do que isso. Geralmente lutam para conseguirem seus pontinhos aqui e ali. Numa situação mais caótica, como foi na pela-terceira-vez-citada Corrida Maluca de Baku, o garoto canadense conseguiu ir ao pódio, mas perdendo o 2º lugar para Bottas em cima da linha de chegada. Quem fez mais pela equipe, naturalmente, foi Felipe Massa, tanto em questão de pontos como no desenvolvimento do carro. Tanto que foi só Stroll copiar seu acerto, que os resultados começaram a melhorar.

E bem, tivemos aquele pequeno imprevisto na Hungria, quando o brasileiro teve que ser substituído de última hora por Paul Di Resta.


É bom o time de Grove começar a correr atrás do prejuízo, porque coladinho neles na tabela, está a Toro Rosso. Só não passaram ainda, pelas confusões envolvendo os seus pilotos, principalmente por parte de Daniil Kvyat.


Em seguida vem a luta da Haas contra a Renault, que vem rendendo até uma bela treta entre Nico Hulkenberg e Kevin Magnussen. São duas equipes que vem evoluindo muito. Em especial os franceses. E há uma série de rumores envolvendo múltiplas trocas de pilotos, tendo os carros amarelos como os pivôs disso tudo.


Olha, eu tento segurar as expectativas, mas... parece (ênfase nesse "parece") que a Honda começou a encontrar o caminho das pedras, e já coloca como meta superar a Renault (como fornecedora) até o final do ano. A McLaren tem sofrido menos quebras de motor e, demorou, mas começaram a marcar pontos, agora com os dois pilotos, que somam 11 na tabela. Percebe-se que, gradativamente, os resultados tanto de Fernando Alonso quanto de Stoffel Vandoorne, estão melhorando. E assim, eles já passaram a Sauber.

É... Os suíços também demoraram para se encontrar e não dá pra esperar muita coisa desse ano.  Mas com os trabalhos de reestruturação interna (incluindo o novo chefe Fréderic Vasseur, devido a saída de Monisha Kaltenborn), talvez a próxima temporada seja melhor. Recentemente conseguiram um novo acordo de motores novos com a Ferrari, depois de se desfazerem com o que teriam com a Honda. Assim, provavelmente vão virar um time B da Scuderia, tendo que colocar Antonio Giovinazzi e/ou Charles Leclerc lá cedo ou tarde. Mas pelo menos são pilotos promissores.


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Um abraço!

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