Já notaram que sempre quando tem qualquer etapa de qualquer evento no circuito de Interlagos, eu faço questão de chamá-lo pelo nome Autódromo Internacional José Carlos Pace? Não, ele não foi nenhum político da cidade de São Paulo responsável pela construção da pista, nem nada assim. Até sacanagem compará-lo com essa corja. Mas foi um gigante!
No início dos anos 70, não só pelos irmãos Wilsinho e Emerson Fittipaldi era representado o Brasil no grid da Fórmula 1. Havia mais um piloto: José Carlos Pace, mais conhecido como Carlos Pace, ou simplesmente pelo apelido "Moco".
Campeão da Fórmula 3 Inglesa em 1970. Depois disso fez algum sucesso na Fórmula 2, onde venceu o GP de Ímola e por consequência disso, conseguiu um convite para pilotar um protótipo da Ferrari (e sobre isto, há uma história bem interessante no vídeo do final do post), onde inclusive chegou em 2º lugar nas 24 Horas de Le Mans.
Estreou na Fórmula 1 em 1972 pela equipe... bem, foi pela até então novata Williams, que exatamente por ser uma equipe pequena naquela época, não tinha seus carros próprios, usando os da March do ano anterior. Teve algumas passagens pela Surtees onde conquistou seu primeiro pódio, mas teve mais corridas (e melhores resultados) com os carros da Brabham, com o qual inclusive conquistou sua única vitória, em 1975. Onde foi? Logo no GP do Brasil (numa dobradinha com Emerson). Obteve ainda outros quatro ou cinco pódios, e mais algumas outras boas colocações.
Lamentavelmente, ele se foi cedo, aos 32 anos. Morte na pista? Não, não. Isso não seria nada surpreendente para um piloto dos anos 70, mas no caso de Carlos Pace, foi um acidente de avião na Serra da Cantareira, em 1977. Sim, aquela mesma da cidade de São Paulo que também levou os Mamonas Assassinas.
Pace só não foi campeão por ter equipamento limitado, ou por um certo azar com quebras. Porque talento esse cara tinha de sobra!
Dizem ainda que era um grande sujeito fora da pista. Tímido, mas sempre muito gentil, disposto a ajudar seus colegas ou quem precisasse. Conta-se até que certa vez (não sei se é verdade), no GP da África do Sul de 1973, Lito Cavalcanti e um colega de trabalho cobrindo a prova, estavam a pé procurando por uma carona. Moco os viu, perguntou o que faziam ali, e ao ouvir a resposta, emprestou-lhes seu próprio carro.
Faz tempo, e infelizmente poucos o conhecem, neste país que mal valoriza os seus pilotos. Mas nós, fãs do automobilismo que o conhecemos, manteremos você vivo na memória do povo, Moco! Espero que este post ajude nisso, inclusive provavelmente só aqui muitos vão conhecê-lo. Obrigado por tudo, campeão!
E por último (mas não menos importante, e sim a cereja do bolo), o vídeo que me foi mostrado pelo amigo Joab, que me ajudou com este post.
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Um abraço!
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