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Como todos devem saber, 2014 foi o início de uma nova Era Turbo na Fórmula 1. Saíram de cena os motores V8 de 2.4L aspirados, fabricados por Mercedes-Benz, Ferrari, Renault e Cosworth, e entraram os V6 de 1.6L turbinados, de todos esses fabricantes com exceção da Cosworth, que deixou a categoria. Ano que vem chega ainda o Honda, que neste ano mesmo já foi testado na McLaren.
Antes do início da temporada, a expectativa era de que os novos propulsores gerassem cerca de 600 cv de potência, contra uma média de 750 cv da geração anterior. Lembrando que ainda há o ERS, que é a parte elétrica responsável por dar ainda mais potência aos carros. Mais do que o seu antecessor KERS e durante um maior período de tempo, diga-se de passagem.
A equipe Mercedes desde o início do ano já saiu na frente com uma sacada brilhante na forma como colocaram o motor, mais especificamente todo o equipamento do turbo, dispostos dentro do carro. O que deveria gerar pelo menos 50 cv a mais que as outras equipes que usavam o mesmo motor.
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No meio da temporada, a Marussia também descobriu um jeito de ganhar mais uns 20 ou 30 cavalinhos do motor Ferrari.
No início pode até ser que eles tenham gerado menos potência do que a geração passada, pois os tempos de volta no início da temporada eram inferiores aos do ano passado. Mas obviamente isso mudou ao longo do ano, e eu garanto que mudou bastante.
Salvo engano foram nas últimas três etapas que os F1 de 2014 bateram os de 2013. Aliás, especificamente no GP do Brasil, o feito foi ainda mais impressionante. O recorde da pista, que até então era de Rubens Barrichello, também foi superado. Melhor volta que até então era dos carros mais rápidos da Fórmula 1, com os incríveis motores V10 3.0L aspirados que superavam os 800 cv, e não era um carro qualquer: era a Ferrari F2004, considerada por muitos como o F1 mais rápido já construído.
Recentemente rolaram boatos de que os novos motores Honda atingiram pelo menos 800 cv, e os Mercedes-Benz já estariam beliscando os 850 cv de potência. Mas não dá para sair acreditando em tudo o que falam sobre evoluções dos motores, por um motivo muito simples: o regulamento congela o desenvolvimento deles. Dá para ganhar alguma coisa de potência? Sim, como fez a Marussia. Mas o que ela fez não foi abrir a unidade de força e mexer nesta, mas sim mudar o material do sistema de escapamento. Então no que diz respeito a ganhar HPs, o que as equipes podem fazer é bem limitado.
Pelo menos por enquanto, os motores continuarão "congelados", o que se por um lado me desanima, vendo que diminui a competição e prolonga uma hegemonia dos motores alemães, mas por outro lado eu vejo que aumenta muito os custos da categoria, o que seria horrível para as equipes pequenas e médias, que também não vão muito bem financeiramente.
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Sabemos ainda que não só com motor corre um F1. Na geração passada, os V8 da Renault tinham uns 15 cv a menos que os Mercedes-Benz, mas foram tetracampeões consecutivos com a Red Bull. E é exatamente na equipe austríaca que são dadas as aulas de soluções aerodinâmicas. Na pré temporada, os motores franceses estavam horríveis, mas o RB10 em si, mostrou ser um bom chassi. Segundo Jenson Button, ele se assustou com a velocidade na qual eles faziam as curvas. Dadas algumas soluções da Renault, o motor progrediu e claro, junto com a aerodinâmica de Adrian Newey, em Monza, no GP da Itália, Daniel Ricciardo foi o mais veloz, atingindo cerca de 361 km/h. Ah, nessa mesma pista, os V10 faziam 370 km/h. Lembrando que o australiano ainda havia vencido o GP da Bélgica, que pelas características da pista de Spa-Francorchamps e o que todos consideravam do motor Renault, foi o resultado mais inesperado da temporada.
Espero que para 2015, não as equipes, ok, mas que pelo menos as fabricantes dos motores, possam entregar unidades mais evoluídas, para termos uma Fórmula 1 cada vez mais rápida. Inclusive, agora que estes já foram desenvolvidos e o primeiro ano deles já passou, seus preços milionários, e estamos falando de dezenas de milhões, devem até cair.
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Um abraço!
Paulo Vitor
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