quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Brasileiro não gosta de esporte. Brasileiro gosta de ganhar.

Por incrível que pareça, o que eu leio sobre o final dos anos 80 e início dos 90 sobre esporte no Brasil, é que a galera ligava muito mais para a Fórmula 1, enquanto o futebol não ia muito bem.

Por que? Senna, é claro.

Brasileiro não gosta de um esporte, especificamente. Brasileiro gosta de ganhar, nem que seja no ping pong (com todo respeito ao esporte). Brasileiro faz sua modinha de acordo com o esporte que está em alta, seja qual for.

Foi assim com Senna na Fórmula 1. Hoje, quem acompanha? Bem menos gente. Consequentemente, o Linha de Chegada acabou, como falei mais cedo. Quando mais assistem, é porque a corrida é à tarde. Aliás, assistem apenas a corrida. E não param de falar besteiras.


Poucos anos depois, foi assim com o Guga, um dos maiores atletas que já tivemos no tênis profissional. Hoje, quem acompanha esse esporte? Sensacional, diga-se de passagem.

E até ontem Anderson Silva "era" (não deixou de ser ótimo pelo que houve) o cara, hein? Tanta gente andava nas ruas com boné e camisa do UFC, até o Spider perder o cinturão.

Depois daquela canelada, então... ai, isso dói só de ver, por mais que essa imagem seja velha.


Como disse Rubens Barrichello recentemente: "Já pensou se cada americano chorasse para cada medalha olímpica que seus atletas ganhassem? Teriam rios!"

Pois é... a bola da vez é... Você é fã de surfe? Sempre foi, né? Desde criancinha.


Até montagem em comparação com Ayrton, Gabriel Medina ganhou. De forma alguma desmerecendo o cara, que manda bem demais em cima da prancha.

Se pensam que eu não acredito na comparação pelo automobilista ter se tornado um ícone grande demais (naquele nível até fora da realidade) no Brasil, estão muito enganados. Medina pode até se tornar maior ainda.

Mas... Todo mundo acompanhou a carreira dele desde o início, né? Aham...

Pra quê essa pressão, gente? Em comparativos... Olha, desculpa aí quem fez a montagem, mas em fisionomia eles não tem nada a ver (risos). Pode-se dizer que os dois são focados em seus objetivos, assim como vários outros esportistas. Mas pelo menos o Gabriel diz que lida bem com a pressão. Ele parece ser um cara bem tranquilo, e inclusive já disse que se inspira no ídolo das pistas.

Como diz aquela máxima "triste do povo que ainda precisa de heróis", de Bertolt Brecht, salvo engano. Eu disse o povo, ok? Para os esportistas, é claro que é mais que válido. Exemplos de pessoas de sucesso em seus esportes motivam mesmo, e tomara que Medina seja mais um desses algum dia.

Que ótimo que o surfista despertou o interesse por um "novo" (pois era quase desconhecido, até... ter um brasileiro indo bem, já lá no topo, ignorando pelo que ele deve passar) esporte! Sinceramente, isso é muito bom. Mas que não o larguem quando essa boa fase passar (o que eu espero que demore bastante, pois ele merece todo sucesso). Não sejam fãs de surfe iguais aqueles milhões de "fãs" da Fórmula 1 décadas atrás, assim como os do tênis (provavelmente foram os mesmos).

E, se por acaso Medina não alcançar as expectativas do público (que não tem nada com isso, pois as metas são dele), o que eu espero que não aconteça, que também não o abandonem, que não o critiquem por isso, pois só de estar onde está, ele já fez muito. Mas como eu disse no título... né? Não sabemos valorizar os nossos esportistas.

Fico aqui querendo me enganar, mas sei que no final das contas é apenas a bola rolando que importa e é para onde todos voltam depois que "esse fulano desse outro esporte sempre foi ruim, nunca me enganou" (lembram quando Felipe Massa quase foi campeão na Fórmula 1? Então...).

Nada contra futebol como o esporte que é em si, o problema é só e apenas só isso importar (e importa como se a vida da pessoa dependesse disso).

A propósito, quase dois meses após a morte de Senna, teve a Copa do Mundo na qual a Seleção Brasileira voltou a ser campeã, foi tetra (Senna disputaria o tetra em 1994), e por isso fez uma bela homenagem.


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Um abraço!
Paulo Vitor

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