segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Fórmula 1 - A importância dos treinos


Você fala que vai assistir um treino livre de Fórmula 1, e o telespectador casual, ou o leigo fã de outro esporte diz "Ah, mas é só treino", além de confundir classificação com treino (culpa do plim plim). É... não deixa de ser verdade, mas isso não quer dizer que o mesmo não seja importante. Muito pelo contrário, é muito importante.

Em cada circuito, o carro terá um comportamento diferente. Com mais ou menos pressão aerodinâmica, tanque cheio ou vazio, pneu mais duro ou mais macio, mais desgastado ou não... enfim, são centenas de possibilidades! Milhares, se contar com cada ângulo de asas dianteira e traseira, aletas etc. Isso sem contar com as atualizações feitas entre uma e outra corrida.

Quando os pilotos vão à pista na primeira sessão de treinos, a princípio é para fazer testes. Ver se tudo está funcionando corretamente, e se não, voltam aos boxes para fazer os ajustes ou reparos necessários.

Depois, notem que principalmente nas partes aerodinâmicas móveis, há uma fina camada de uma espécie de tinta amarelada. Isso, somado aos sensores espalhados pela carroceria, serve para ver qual é o fluxo do vento pelo carro naquela pista. As direções, e quais trechos sofrem com maior pressão. A "tinta" (que até tem um nome específico, do qual não me lembro agora) mostra a direção e os sensores a intensidade. Esse procedimento serve para dar um acerto inicial da parte aerodinâmica, e no final da sessão, os pilotos vão conferir os primeiros tempos de voltas lançadas, que ainda vão reduzir bastante.

Mais tarde vem as simulações de corrida. Enchem o tanque, e colocam algum tipo de pneu, pra ver quantas voltas estes aguentam com o o carro mais pesado, e logicamente, o nível de desgaste. E eu estou falando só do básico. Conseguem ver a enorme quantidade de variáveis? E tudo isso será essencial na hora da classificação, e consequentemente, da corrida, já que anão ser que chova, não podem fazer grandes alterações entre o sábado e o domingo.

Põe asa, tira a asa, confere a telemetria, olham onde podem melhorar, analisam gráficos de aceleração e frenagem, voltam à pista, fazem mais voltas rápidas, voltam aos boxes, repetem os procedimentos e assim por diante... vida de piloto não é fácil!

O terceiro treino, no sábado, pouco antes da classificação, serve mais para ter uma noção de como será a formação do grid de largada, além de fazer uns ajustes finais.

E em 2014, isso está até menos complicado, já que até agora, os motores estão "congelados" para desenvolvimento, e salvo engano os câmbios tem uma relação fica de marchas, sem "esticar" ou diminuir uma ou outra. Então na parte mecânica... bem, só consigo pensar agora em ajuste das suspensões.

Começar bem um final de semana com um primeiro treino eficiente, começando a fazer simulações de corrida já ao final deste, faz diferença lá na frente, na corrida. A competição já começa pra valer na sexta.

E eu estou sendo bem superficial. Não sou piloto, muito menos engenheiro. A realidade é bem mais complexa do que eu relatei aqui, e só o que eu disse, já parece (e é) bem complicado.


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Um abraço!
Paulo Vitor

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