É óbvio que um piloto de Fórmula 1 não chega lá à toa, de forma tão simples. Tem todo um percurso, subindo de degrau em degrau, até chegar ao topo. Normalmente isso é feito na Europa, onde é o berço do automobilismo. Mas alguns países distantes do Velho Mundo tem suas categorias para dar alguma base, para que seus pilotos já vão com algum preparo.
Bem... Isso tudo se não for algum playboy multimilionário que pague para fazer alguma corrida numa equipe nanica, mas ainda assim, isso não quer dizer que ele seja necessariamente ruim. Muitos jovens pilotos vem de famílias tradicionais que gostam de automobilismo, então ter a oportunidade para eles é algo mais natural.
Exceções à parte, vou escrever aqui quais os possíveis caminhos para se chegar à Fórmula 1. De forma não tão aprofundada, para não ficar muito cansativo.
Naturalmente, o kart é a base de tudo. A maior peneira de todas. Até mesmo algumas equipes da Fórmula 1 já ficam de olho ali, pra verem se vão incluir algum daqueles pupilos em seus programas de desenvolvimento. Foi o caso de Lewis Hamilton com a McLaren, por exemplo. Ou Sebastian Vettel, que foi descoberto assim por Michael Schumacher.
Sendo campeão ou ganhando algum destaque no kart, é hora de subir para os monopostos. Claro que para isso, precisa de algum suporte financeiro. Para aqueles que já fazem parte de alguma academia, sem problemas. Caso contrário, hora de conseguir alguns patrocinadores, se é que já não os tinha no kart. É aí que as coisas começam a apertar. A não ser que, mais uma vez, seja alguém com uma família que tenha condições de bancar essa bolada.
Nesse início dos carros de fórmula, pode ser desde um F4, como o mostrado acima, ou algum campeonato de marca única, como Fórmula Renault ou Fórmula Ford. Ou ao invés de passar por essa fase, pode-se ir direto à uma Fórmula 3 também. Tanto F4 quanto F3 correm com motores de 4 cilindros em linha, com alguma preparação. Rendendo aproximadamente de 150 cv a 240 cv de potência, respectivamente.
Chegando à Fórmula 3, as coisas ficam ainda mais sérias. Essa é a hora que começam a surgir as chances de testes na Fórmula 1. E se no kart as equipes já ficavam em busca daquele diamante bruto, aqui isso acontece de forma ainda mais intensa. Essa é a hora de entrar num programa de desenvolvimento de pilotos, para que as oportunidades apareçam.
Antigamente, até meados dos anos 90, talvez até início dos 2000, como foi com Kimi Raikkonen, era menos complicado ir da Fórmula 3 direto para a Fórmula 1. Nos últimos anos, apenas Max Verstappen conseguiu isso. Mas nos anos 70, 80 e 90, como eu disse, isso já era mais comum, como foi com Emerson Fittipaldi, James Hunt, Niki Lauda, Nelson Piquet e Ayrton Senna, por exemplo. Mas reparem que esses são aqueles casos bem especiais (embora Lauda tenha entrado como pagante). Para os que não se encaixam nisso, hoje temos degraus mais próximos ao topo, sem dar um salto tão grande.
Criada em meados da década passada, mais especificamente em 2005, temos a GP2 Series e, alguns anos depois, veio a classe um pouco inferior, a GP3 Series. Do menos ao mais próximo da Fórmula 1, os carros, hoje, tem potências de 400 cv num motor V6, e 615 cv num V8.
Dos pilotos que estão ou passaram pela Fórmula 1 nos últimos anos, um bom número deles chegou através dessas categorias: Hamilton, Nico Rosberg, Nico Hulkenberg, Daniil Kvyat, Sergio Pérez, Valtteri Bottas, Esteban Gutiérrez, Romain Grosjean, Pastor Maldonado, Felipe Nasr, Jolyon Palmer, Vitaly Petrov, Rio Haryanto, entre outros. Alguns como campeões. A maioria, na verdade. Aliás, houve época em que o título em uma dessas duas divisões, era quase uma vaga na Fórmula 1 garantida.
Quem não chegou à Fórmula 1 por essas duas categorias, pegou um outro caminho tão bom quanto: o certame que hoje conhecemos como Fórmula V8 3.5, mas que nos últimos anos era a World Series by Renault, com monopostos de 530 cv de potência e o motor, o nome já diz qual é. De lá vieram caras como Daniel Ricciardo, Kevin Magnussen, Carlos Sainz Jr., Giedo van der Garde, Robert Kubica.
Uma coisa que vale ressaltar, é que muitas equipes atuam em mais de um ou em todos esses campeonatos que eu citei, ou já atuaram, como Carlin, Dams, Fortec e ART Grand Prix, como exemplos. E no caso de algum piloto ser da academia de alguma equipe da Fórmula 1, elas estabelecem um vínculo.
Melhor ainda se a equipe da qual o piloto faz parte da academia, for uma fornecedora de motores. No caso de Mercedes e Ferrari, por exemplo. Pois aí podem pegar um de seus pupilos da base e/ou reservas na Fórmula 1, e colocarem para correr numa equipe cliente, como os alemães fizeram com Pascal Wehrlein na Manor (vale lembrar que este veio do DTM, que é um campeonato de turismo) e os italianos ao colocarem Gutiérrez na Haas. Fica sendo uma espécie de preparação, um estágio final, antes de assumirem o cockpit das equipes de ponta.
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Um abraço!
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