Todo mundo sabe que para chegar na principal categoria do automobilismo mundial, o piloto deve passar por uma série de degraus na base, além do próprio kart (que acaba sendo uma diversão pra vida toda de qualquer piloto). Mas quando ele chega em certas categorias, essas podem ser um acesso direto à Fórmula 1. Principalmente se o piloto já tiver uma grande equipe por trás dele.
Auto GP:
É verdade que a Fórmula 3000 meio que teve seu lugar tomado pela GP2 Series (da qual logo falarei), mas isso não quer dizer que ela tenha acabado. A categoria que teve campeões que chegaram à Fórmula 1, como Felipe Massa, em 2010 se transformou na Auto GP, e teve como seu primeiro campeão o francês da Lotus, Romain Grosjean.
O carro tem cerca de 500 cv de potência, e a categoria é bem competitiva, podendo vencer até quem largou lá pela quarta ou quinta fila.
Não sei quanto a temporada atual, mas no ano retrasado teve corrida no Brasil, disputada no autódromo de Curitiba. O veterano Antônio Pizzonia foi convidado a assumir um cockpit, e venceu as duas corridas da rodada dupla.
Hoje ela é uma porta bem incomum, sendo aconselhável ao piloto procurar entrar em uma das três categorias seguintes.
GP3 Series:
Até há pouco tempo atrás, ela era colocada no mesmo patamar das Fórmula 3, mas na verdade já era um pouco acima disso. Os F3, salvo engano tem pouco mais de 200 cv, gerados por motores de 2.0L aspirados. Os GP3 também tinham uma configuração parecida, e com a ajuda de uma turbina, geravam 280 cv. Mas no ano passado a categoria recebeu um upgrade, passando a usar um V6 de 3.5L aspirado que gera 400 cv de potência.
Normalmente ela acompanha a GP2 Series, para a qual os pilotos deveriam ir posteriormente. Porém ela acabou sendo uma ponte direta para a Fórmula 1. Criada em 2010, tem três de seus quatro campeões na categoria final: Esteban Gutiérrez, Valtteri Bottas e Daniil Kvyat.
GP2 Series:
Criada em 2005, tem cinco de seus nove campeões na Fórmula 1: Nico Rosberg, Lewis Hamilton, Nico Hulkenberg, Pastor Maldonado e Romain Grosjean. Teve ainda mais um, Timo Glock, mas este já deixou a categoria e foi para o DTM (que apesar de ser categoria de turismo, curiosamente foi a entrada de Paul di Resta, que correu na Fórmula 1 até o ano passado). Outro ainda foi Giorgio Pantano, que fez o caminho inverso tendo vindo da Fórmula 1.
Nos últimos anos ela não gerou tantos frutos. O atual campeão, Fabio Leimer, no máximo consegue alguns testes. Antes dele, Davide Valsecchi conseguiu apenas uma vaga de reserva da Lotus, e quando a equipe precisou de um substituto, preferiu trazer Heikki Kovalainen de fora.
Antigamente, até vice campeões ou nem isso (não desvalorizando, é claro) conseguiam um lugar na Fórmula 1, inclusive os brasileiros Nelsinho Piquet, Bruno Senna e Lucas di Grassi. Teve ainda o Luiz Razia, mas este só foi piloto da Marussia em um dia de testes da pré temporada, sendo substituído por Jules Bianchi devido a falta de patrocinadores.
Em termos de potência, é a categoria mais próxima da Fórmula 1. Usam V8 4.0L aspirados de 615 cv.
World Series by Renault:
Chamada também de WSR. Em outros tempos, foi World Series by Nissan (que hoje inclusive é do mesmo grupo da Renault), ou WSN, e ao todo, teve como campeões (dos que estão ou passaram pela Fórmula 1): Marc Gené, Fernando Alonso, Ricardo Zonta, Heikki Kovalainen, Robert Kubica, Giedo van der Garde e Kevin Magnussen (isso na divisão principal, que chamam de Fórmula Renault 3.5, pois na 2.0, a ALPS, ainda tivemos Valtteri Bottas e Kamui Kobayashi).
Atualmente usam motores V8 de 3.4L que geram quase 550 cv de potência. É um carro que simula bem a tecnolgia usada na Fórmula 1. Apesar dos GP2 serem mais potentes, eles permitem mais arrojo do piloto. Já o F-3.5 nem tanto, não permitindo deslizes que não seriam permitidos num F1. Ainda traz embreagem na mão, e até DRS ("asa traseira móvel").
Programas de Desenvolvimento de Pilotos:
Seja qual for o caminho do piloto, se ele for muito bom, ele vai chamar atenção, tendo a chance de chegar à Fórmula 1. O melhor seria se ele conseguisse entrar para o programa de desenvolvimento de pilotos de alguma equipe, como Ferrari, McLaren, Red Bull ou Mercedes, que são as maiores. Mas outras equipes médias, como Force India e Lotus também tem seus programas, e Marussia e Caterham também tentam alguma coisa.
Essas equipes dão suporte técnico e financeiro aos seus "mini drivers" desde o kart, passando por fórmulas de baixa potência e essas que mencionei aqui, até chegar à Fórmula 1. A Ferrari costuma arrumar vagas para os pilotos da sua academia em outras equipes, para eles adquirirem a experiência cobrada para pilotar um carro de Maranello, e claro, ver se tem talento. Foi o que ela fez com Felipe Massa, Jules Bianchi e Sergio Pérez (que teve que deixar o programa por se juntar à maior rival no ano passado, a McLaren).
Já a McLaren dá o voto de confiança, permitindo ao piloto estrear logo numa equipe de ponta. Foram os casos de Lewis Hamilton vindo como campeão da GP2, e agora com o atual campeão da WSR, Kevin Magnussen.
O da Red Bull que eu acho mais interessante, por eles terem uma equipe menor no grid justamente destinada aos seus novatos, para avaliá-los "dentro de casa", que é a Toro Rosso, apesar dessa hora estar muito próxima da divisão principal, e em outros momentos querer uma certa independência. Por um lado é bom para eles não perderem seus talentos, por outro, são muito rigorosos, e quando um de seus pilotos não sobe para a Infiniti, quase sempre se vê obrigado à se aposentar da Fórmula 1. Antes de chegar lá, patrocinam seus pilotos em todas as categorias de base, então desde sempre eles usam o macacão rubro taurino.
A Mercedes-Benz, por ser uma empresa muito ampla, representada em várias categorias (seja por ela mesmo, ou por fornecimento de carros ou motores), possui maior contato com jovens promessas do automobilismo. Foi assim que Paul di Resta, ao ser campeão do DTM com um carro dessa marca, entrou na Fórmula 1 pela Force India, que usa os motores alemães. Sua divisão esportiva cuida da carreira dos seus pilotos, inclusive colocou um certo Michael Schumacher no mapa, que posteriormente "pagou a dívida" correndo para eles em seu retorno entre 2010 e 2012.
A Mercedes-Benz, por ser uma empresa muito ampla, representada em várias categorias (seja por ela mesmo, ou por fornecimento de carros ou motores), possui maior contato com jovens promessas do automobilismo. Foi assim que Paul di Resta, ao ser campeão do DTM com um carro dessa marca, entrou na Fórmula 1 pela Force India, que usa os motores alemães. Sua divisão esportiva cuida da carreira dos seus pilotos, inclusive colocou um certo Michael Schumacher no mapa, que posteriormente "pagou a dívida" correndo para eles em seu retorno entre 2010 e 2012.
Por falar em Force India, esta, assim como Lotus, Marussia e Caterham, costumam fechar parcerias com equipes das categorias citadas anteriormente. Principalmente na GP2 e WRS, colocando suas cores nos monopostos.
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Um abraço!
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