A injeção eletrônica chegou aos carros nacionais através de um dos poucos que tivemos digno de se encaixar na categoria de esportivo (nacionalmente, é claro), que como podem ver, já chegou ao mercado inovando: o Volkswagen Gol GTi. A injeção era da Bosch, com dois processadores que podiam dosar a gasolina até de acordo com o modo de dirigir do motorista.
Lançado
em 1989, ele manteve uma “cara” que durou apenas dois anos, pois na linha de
1991 já recebeu algumas mudanças visuais. Mas vamos falar da mecânica, que
provavelmente é o que mais interessa aos leitores, apesar de eu não poder
deixar de falar pelo menos neste parágrafo que este carro é muito bonito, com
aquela dianteira mais do que completa com os jogos de faróis de milha, bordas
cinza, lanternas fumê, o aerofólio na traseira e claro, o ícone “GTi” na coluna
central e na traseira. Outro destaque eram as rodas: as “pingo d’água”
(compartilhado do “irmão menos esportivo” GTS) na linha de 1989, e na linha de
1991 recebeu as rodas do carro conceito Orbit, que por isso ficou conhecida
pelo nome de “orbital” , fazendo tanto sucesso que até hoje donos de Volkswagen
modernos usam réplicas deste modelo antigo.
O famoso
AP-2000, motor que até hoje balança os corações de muitos brasileiros
apaixonados por carros, mas que entre aqueles que gostam de preparação, tem uma
forte rivalidade com o Fivetech Turbo da Fiat, que equipou o Marea. O Gol GTi
foi um dos carros mais desejados nos anos 90, para quem gostava de fortes
emoções atrás do volante por causa do AP-2000, e também pelo seu visual e
pegada esportiva, é claro. Não sou o que chamam de “APzeiro”, nem tenho nada
contra esse motor.
Seu 2.0L
de quatro cilindros em linha gerava cerca de 120 cv a 18,35 kgfm, o que na
época, era uma senhoras potência e um senhor torque. Não que hoje não seja mais
um motor forte, mas naquela época as pessoas estavam acostumadas com carros de cerca
de 80 cv. O consumo divulgado por revistas da época, era de aproximadamente 8,5
km/l e 13,5 km/l em cidade e estrada, respectivamente. Porém, por ser um carro
que não foi feito para ficar andando em baixas rotações, os hábitos de
proprietários deste automóvel devem fazer o mesmo consumir um pouco mais do que
isso. Em aproximadamente 10,5 segundos podia chegar aos 100 km/h, e teoricamente
a velocidade máxima 175 km/h. Na prática, acredito que dependendo das condições
seja possível superar isto facilmente. Para segurar essa cavalaria tudo o que
ele tinha demais eram discos ventilados na dianteira, pois atrás o sistema era
de tambor mesmo.
Em 1995
o Gol GTi teve a sua segunda geração, G2, a famosa “bolinha”. Trazia um motor
com bloco do Audi 80 e cabeçote do Golf. Na versão mais mansa de 8 válvulas,
este era inferior ao anterior, com 108 cv de potência, mas com 16 válvulas,
superava o desepenho dos outros dois, gerando incríveis 145 cv. Ultrapassou a
marca dos 200 km/h. O torque das duas versões eram bem pouco inferiores aos do
primeiro GTi. Os freios, igualmente aos do antecessor, porém com opcional de
serem ABS, e as suspensões eram um pouco mais rígidas também, para aguentarem
segurar essa máquina.
A
aparência é diferenciada, porém não tão impactante quanto a da geração anterior
em relação aos modelos mais comportados do mesmo carro. Mas se tem algo que
chama muita atenção no GTi G2, é uma elevação oval em um pedaço do capô que
serve para conter o motor, caso contrário seria necessário um buraco naquele
lugar.
Nas duas
gerações do Gol GTi, a esportividade também estava no interior. Painéis de
fácil leitura tanto de velocidade quanto das RPM (com grafismos vermelhos),
bancos Recaro com apoios laterais. Ambos com o que era necessário, mas sem
extravagâncias.
O
Gol GTi deixou tantas saudades, que quando lançaram o Geração 5 em 2008
houveram possibilidade reais de existir um novo GTi. Não teria um motor de
grande porte, mas sim um de cilindrada média nos padrões daqui, entre 1400 cm³
e 1600³, porém turbinado. Provavelmente seria um rival do Fiat Punto T-Jet. A
Volkswagen tentou, testou, mas acabou abandonando a ideia. Nessa geração, o que
foi feito de mais esportivo foi apenas um conceito, e da Saveiro: a RockT, com
T maiúsculo de turbo, por ter um motor de 1.4L com esse extra que gerava 122
cv, com um câmbio de 6 marchas. Muito bonita, mas só uma “irmã” do Gol.
Quem
sabe em uma geração futura do Gol ou em um outro carro da marca alemã, a sigla
GTi (que também foi do Golf e do Polo) volte de maneira digna de honrar seus
antepassados?
Um abraço!
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