terça-feira, 16 de julho de 2013

Um clássico nacional: Volkswagen Gol GTi



A injeção eletrônica chegou aos carros nacionais através de um dos poucos que tivemos digno de se encaixar na categoria de esportivo (nacionalmente, é claro), que como podem ver, já chegou ao mercado inovando: o Volkswagen Gol GTi. A injeção era da Bosch, com dois processadores que podiam dosar a gasolina até de acordo com o modo de dirigir do motorista.
 
Lançado em 1989, ele manteve uma “cara” que durou apenas dois anos, pois na linha de 1991 já recebeu algumas mudanças visuais. Mas vamos falar da mecânica, que provavelmente é o que mais interessa aos leitores, apesar de eu não poder deixar de falar pelo menos neste parágrafo que este carro é muito bonito, com aquela dianteira mais do que completa com os jogos de faróis de milha, bordas cinza, lanternas fumê, o aerofólio na traseira e claro, o ícone “GTi” na coluna central e na traseira. Outro destaque eram as rodas: as “pingo d’água” (compartilhado do “irmão menos esportivo” GTS) na linha de 1989, e na linha de 1991 recebeu as rodas do carro conceito Orbit, que por isso ficou conhecida pelo nome de “orbital” , fazendo tanto sucesso que até hoje donos de Volkswagen modernos usam réplicas deste modelo antigo.
 
O famoso AP-2000, motor que até hoje balança os corações de muitos brasileiros apaixonados por carros, mas que entre aqueles que gostam de preparação, tem uma forte rivalidade com o Fivetech Turbo da Fiat, que equipou o Marea. O Gol GTi foi um dos carros mais desejados nos anos 90, para quem gostava de fortes emoções atrás do volante por causa do AP-2000, e também pelo seu visual e pegada esportiva, é claro. Não sou o que chamam de “APzeiro”, nem tenho nada contra esse motor.

Seu 2.0L de quatro cilindros em linha gerava cerca de 120 cv a 18,35 kgfm, o que na época, era uma senhoras potência e um senhor torque. Não que hoje não seja mais um motor forte, mas naquela época as pessoas estavam acostumadas com carros de cerca de 80 cv. O consumo divulgado por revistas da época, era de aproximadamente 8,5 km/l e 13,5 km/l em cidade e estrada, respectivamente. Porém, por ser um carro que não foi feito para ficar andando em baixas rotações, os hábitos de proprietários deste automóvel devem fazer o mesmo consumir um pouco mais do que isso. Em aproximadamente 10,5 segundos podia chegar aos 100 km/h, e teoricamente a velocidade máxima 175 km/h. Na prática, acredito que dependendo das condições seja possível superar isto facilmente. Para segurar essa cavalaria tudo o que ele tinha demais eram discos ventilados na dianteira, pois atrás o sistema era de tambor mesmo.

Em 1995 o Gol GTi teve a sua segunda geração, G2, a famosa “bolinha”. Trazia um motor com bloco do Audi 80 e cabeçote do Golf. Na versão mais mansa de 8 válvulas, este era inferior ao anterior, com 108 cv de potência, mas com 16 válvulas, superava o desepenho dos outros dois, gerando incríveis 145 cv. Ultrapassou a marca dos 200 km/h. O torque das duas versões eram bem pouco inferiores aos do primeiro GTi. Os freios, igualmente aos do antecessor, porém com opcional de serem ABS, e as suspensões eram um pouco mais rígidas também, para aguentarem segurar essa máquina.


A aparência é diferenciada, porém não tão impactante quanto a da geração anterior em relação aos modelos mais comportados do mesmo carro. Mas se tem algo que chama muita atenção no GTi G2, é uma elevação oval em um pedaço do capô que serve para conter o motor, caso contrário seria necessário um buraco naquele lugar.


Nas duas gerações do Gol GTi, a esportividade também estava no interior. Painéis de fácil leitura tanto de velocidade quanto das RPM (com grafismos vermelhos), bancos Recaro com apoios laterais. Ambos com o que era necessário, mas sem extravagâncias.



O Gol GTi deixou tantas saudades, que quando lançaram o Geração 5 em 2008 houveram possibilidade reais de existir um novo GTi. Não teria um motor de grande porte, mas sim um de cilindrada média nos padrões daqui, entre 1400 cm³ e 1600³, porém turbinado. Provavelmente seria um rival do Fiat Punto T-Jet. A Volkswagen tentou, testou, mas acabou abandonando a ideia. Nessa geração, o que foi feito de mais esportivo foi apenas um conceito, e da Saveiro: a RockT, com T maiúsculo de turbo, por ter um motor de 1.4L com esse extra que gerava 122 cv, com um câmbio de 6 marchas. Muito bonita, mas só uma “irmã” do Gol.

Quem sabe em uma geração futura do Gol ou em um outro carro da marca alemã, a sigla GTi (que também foi do Golf e do Polo) volte de maneira digna de honrar seus antepassados?


Um abraço!

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