Foram apenas cinco etapas, mas se o equilíbrio entre Mercedes e Ferrari continuar, e os rubro-taurinos conseguirem alcançá-las, creio que não seja exagero dizer que teremos uma das melhores temporadas da Fórmula 1 dos últimos anos, protagonizada por, ouso dizer, os melhores pilotos de sua geração.
Lewis Hamilton e Sebastian Vettel chegaram ao certame como jovens prodígios, promessas, desenvolvidos nos quartéis generais de McLaren e Red Bull, respectivamente. Tricampeão, candidato ao tetracampeonato, contra tetracampeão, candidato ao penta, a bordo das melhores máquinas do grid. Pilotos relativamente jovens, mas com muita experiência por terem chegado cedo demais, e com números bem próximos, iguais ou superiores, aos dos maiores competidores de todos os tempos.
São trajetórias parecidas, mas que nunca haviam se enfrentando tão diretamente assim, até então. Agora, finalmente veremos o que por muito tempo, esperamos. Mais direto do que isso, só se estivessem na mesma equipe. Mas fica muito mais interessante se estão em equipes diferentes. Ninguém gosta de ver o mesmo time ganhando, a não ser que torça pelo mesmo. E olhe lá. Ainda por cima, temos os companheiros finlandeses, Kimi Raikkonen e Valtteri Bottas (porém em momentos bem diferentes em suas respectivas carreiras, tanto entre si quanto em relação aos seus colegas), para deixarem as brigas ainda mais acirradas.
Como eu disse no título, essa também é uma temporada de pequenos gigantes. Pilotos com um grande potencial, fazendo um belo trabalho nas equipes menores, que trabalham duro para acompanhar os grandes times, especialmente os de fábrica.
A garagista Force India, por exemplo, vem marcando bons pontos constantemente. Anteontem, no GP da Espanha, depois daqueles que completaram o pódio composto pelas maiores escuderias, Mercedes, Ferrari e Red Bull (que tiveram apenas um carro terminando a prova, cada uma), o top 5 foi fechado pela mediana indiana, com Sergio Pérez e Esteban Ocon, respectivamente.
A essa altura do campeonato, no ano passado, eles tinham feito 14 pontos e fecharam o ano em 4º entre os construtores. A melhor colocação de sua história, conquistada com muito esforço ao final da temporada. Este ano, já somam 53 e já aparecem se mantendo na 4ª força do grid, mesmo que, talvez, isso possa ser momentâneo.
Por que momentâneo? Bem, a Renault pode ainda não parecer lá essas coisas, mas lembrem-se: é um time de fábrica, com muito dinheiro para torrar.
Muito subestimam os amarelos pela temporada passada, porém há se lembrar que eles competiram praticamente com o último chassi de uma Lotus quase falida, adaptado para receber o motor francês. Foi uma questão de honra comprar a equipe justamente para rebater todas as críticas que estava recebendo como fornecedora de motores.
Eles já estão mostrando um melhor serviço este ano, depois de uma reestruturação interna (que ainda vem acontecendo). Na última classificação, Nico Hulkenberg ficou abaixo do de costume, mas compensou demais na corrida, chegando em 6º.
Entenderam agora a ameaça à Force India? Por enquanto deve haver uma briga equilibrada, mas podem aparecer mais equipes querendo esta mesma posição. E a Renault, como time de fábrica... pode não ser agora, mas dentro de 2 ou 3 anos, não me surpreenderia em vê-la disputando o título.
Lembrem-se de como a Mercedes entrou em 2010, até conquistar uma vitória aqui e ali em 2012 e 2013, para virar o que é hoje a partir de 2014. Que aliás, nem é mais aquilo tudo, com a Ferrari peitando de frente.
Pascal Wehrlein foi outro herói do dia. Quem diria... marcar pontos com a minúscula Sauber. O que parecia impossível no ano passado, até Felipe Nasr fazê-lo sob a chuva de Interlagos. Este ano a missão é ainda mais árdua, devido ao defasado motor Ferrari (mas ano que vem os suíços passarão a contar com a Honda).
Parecia. O garoto alemão (mais jovem campeão do competitivo DTM, diga-se de passagem) foi muito criticado injustamente após se ausentar das primeiras etapas, devido a uma grave lesão. Queriam que ele fizesse o quê, gente? Enfim, esse cara conseguiu um 8º lugar na pista, segurando as Toro Rosso, das quais já irei falar.
Na verdade, Wehrlein cruzou a linha de chegada em 7º. Mas por causa de uma punição, que sinceramente não sei qual o motivo (me desculpem), caiu uma posição. Ainda assim, foi um feito e tanto. Contou com abandonos? Sim, mas isso faz parte da corrida. A equipe tem que fazer um carro que dure até o fim.
Quanto aos rubro-taurinos juniores, Carlos Sainz Jr. largou em 12º e terminou em 7º (na prática, atrás de Wehrlein), e Daniil Kvyat, de 19º, isto é, penúltimo, na última fila, para 9º. Definitivamente, ele está de volta. Já estava desde o final do ano passado.
Não menos importante, a esperança é a última que morre: não ignorem a McLaren-Honda. Os ingleses fazem um senhor chassi e, embora estejam demorando para reagir, não subestimem os japoneses. Fernando Alonso deu aquele espetáculo na classificação e, na corrida, apesar de não ter pontuado, marcou a 4ª melhor volta.
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Um abraço!
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