terça-feira, 24 de setembro de 2013

Tipos de câmbio

Há muito tempo não apareço por aqui com um post relacionado à mecânica. Pensando nisso, resolvi falar sobre tipos de câmbio, que é um assunto que às vezes gera certas dúvidas, principalmente com a variedade que temos disponível hoje no mercado.


Sem segredos quanto ao manual, certo? É o mais comum de todos, e é o favorito para quem gosta de uma pegada mais esportiva. Tanto que muitas versões esportivas de carros que em suas unidades mais comportadas vem com câmbio automático ou automatizado, vem com o câmbio manual. Há uma série de engrenagens, que vão sendo trocadas, engatadas, na medida em que o motorista pisa na embreagem e vai mudando essas engrenagens manualmente pela alavanca. Inclusive, a movimentação do corpo humano no acionamento da embreagem é mais rápido do que as tecnologias que fazem isso automaticamente. Veja no vídeo anterior a velocidade em que o piloto de Stock Car Tuka Rocha faz a mudança de marchas.


Das versões não manuais, provavelmente o automático convencional é o mais conhecido, e muitas pessoas pensam que todos os outros são como esse. Normalmente com menos velocidades disponíveis (o mais comum são 4), o automático oferece todo conforto para o motorista. Caso este precise de um pouco mais de giro, para por exemplo fazer uma ultrapassagem, alguns carros trazem um botão que quando acionado, mantém a aceleração um pouco mais elevada, e outros tem o modo "S", de "Sport", entre as opções que o motorista pode escolher na alavanca do câmbio. Afinal, esta não está lá a toa. Não é só sentar no banco, acelerar, frear e movimentar o volante. A alavanca deve ser colocada em diferentes posições, dependendo se o carro estiver parado, estacionado, ou andando normalmente. O automático é um câmbio de trocas de marchas mais lentas. Um conjunto de engrenagens em uma única peça atua em conjunto com o conversor de torque (que funciona como se fosse a "embreagem" do automático), que une o motor à caixa de marchas.


Mais conhecido pelas versões desenvolvidas pela Volkswagen (I-Motion) e pela Fiat (Dualogic), o câmbio automatizado é a sensação do momento entre os hatches populares e médios. A embreagem está lá, e as trocas de marchas são feitas automaticamente, pois sensores verificam se há condições para isso e se sim, o câmbio faz o trabalho junto com a embreagem, mas sem necessitar da atuação do motorista. Mas as marchas também podem ser mudadas manualmente, normalmente pela alavanca ou em alguns casos, como nos câmbios já mencionados no início dessa parte, por paddle-shift, mais conhecido como "borboletas" atrás do volante, dando um toque de esportividade.


Particularmente, eu acho esse sistema sensacional: o câmbio de dupla embreagem. Sim, ele é um "automático" que não traz apenas uma, mas duas embreagens, e já explico como é isso. Entre os carros que trazem esse câmbio, em alguns as marchas são trocadas apenas automaticamente, e em outros podem ser mudadas manualmente. As embreagens, claro, funcionam sozinhas. Uma delas é responsável por todas as marchas ímpares, e a outra por todas as pares e a marcha ré. Sendo assim, quando uma marcha está engatada por uma embreagem, a marcha seguinte já está pronta para ser usada na outra embreagem. Isso faz a mudança de marchas ficar bem mais rápida do que nos automatizados monoembreagem.


Não há marchas nesse câmbio. Nem mesmo a marcha ré. É, é isso mesmo. Não estou ficando louco (não mais do que já sou - risos). Como assim? Calma, eu já explico. Tentando fazer isso de forma mais simples (até porquê esse sistema é mais simples), digo que há duas peças com o formato de cone, que substituem as marchas. Unindo esses dois cones, há uma espécie de correia. Conforme o giro do motor sobe, esses cones vão ajustando a correia nas partes mais largas deles. Por isso o CVT é chamado de "câmbio de variação contínua". Ele se ajusta de acordo a necessidade do carro ou como o motorista está dirigindo. Para a ré, os cones giram ao contrário, ou seja: teoricamente, de ré ele pode atingir a mesma velocidade máxima que atinge andando pra frente.


Um abraço!
Paulo Vitor

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