domingo, 22 de junho de 2014

Fórmula 1 2014 - GP da Áustria - Corrida

(Foto: Getty Images)
Ah, que beleza... Mais uma boa corrida! Nada de "trenzinho" se formando,; Pelo contrário: as posições de alternando bastante, em todos os lugares. Que corrida, meus amigos! E essa volta à Áustria e seu A1 Ring, ou Red Bull Ring, também foi um sucesso de público. 180 mil ingressos, esgotados em 36 horas! Pelo visto, os austríacos sentiram falta da Fórmula 1.

(Foto: Getty Images)
Em uma corrida protagonizada pelas Williams e as Mercedes, Nico Rosberg, da equipe alemã, venceu o GP da Áustria 2014 de Fórmula 1! O pódio foi completado pelo seu companheiro Lewis Hamilton, e Valtteri Bottas, da equipe inglesa, respectivamente. Uma vitória merecida de Nico, mas há outros destaques da prova. Vamos por partes, começando pelo vencedor.

(Foto: Getty Images)
Aliás, antes disso devo dizer que, muita gente, inclusive eu, esperava bagunça na primeira curva. O que nessa pista, seria até natural. Mas a largada foi limpa. Só Daniel Ricciardo que deu uma leve escapada. Mas nem teve safety car. Tivemos apenas três abandonos, e nenhum deles foi, digamos, catastrófico.

(Foto: Getty Images)
Rosberg largou bem, chegando a ocupar a 2ª posição, ficando entre o líder Felipe Massa, e o companheiro deste, Bottas, que rapidamente tomou a vice liderança de volta, ainda na primeira volta. Até então, Hamilton não era alguém com quem se preocupar muito. Com paradas rápidas nos boxes, boas estratégia e performance, o alemão acabou ficando na posição mais favorável em relação aos carros de Grove, mas não antes de seguir atrás primeiramente de Sergio Pérez, da Force India, e Fernando Alonso, da Scuderia Ferrari. Pois ambos os pilotos adiaram suas paradas o máximo que puderam. Mais tarde, definitivamente como líder, foi perseguido pelo seu companheiro de equipe, Hamilton, que vinha fazendo voltas mais rápidas, mas ao mesmo tempo conservando melhor os pneus. Perigo em dobro. Mas o alemão resistiu à forte pressão até o fim, e assim, venceu, ampliando um pouco mais sua liderança no campeonato.

(Foto: Getty Images)
Para mim, talvez Hamilton tenha sido o piloto da prova. Largou muitíssimo bem, avançando pela parte do meio do grid e já pulando da 9ª para a 5ª posição. Teve um certo (e belo, quando feito por pilotos tão talentosos) com Fernando Alonso, um de seus maiores rivais. Depois, com toda a sua velocidade e bom trabalho em equipe, chegou em 2º, ameaçando seu companheiro de equipe, como eu já disse antes, sendo mais rápido que o mesmo e conservando o melhor os pneus, sendo que teve bem mais trabalho ao longo da prova, e superando as Williams.

(Foto: Getty Images)
Como Niki Lauda queria, de certa forma como uma "vingança" por tirarem seu nome de uma das curvas (pois ele é de lá, e até por isso, para todos com exceção da Red Bull, aquela continuará sendo a curva Lauda), tivemos uma dobradinha da Mercedes AMG.

Outro grande piloto hoje, foi exatamente o Bottas, que em sua segunda temporada e em um time que evoluiu muito do ano passado pra cá, finalmente conseguiu seu primeiro pódio! E com muito mérito, diga-se de passagem. O finlandês fez uma corrida excepcional. É, ele perdeu uma posição em relação à qual tinha largado. Mas só uma, e justo para os melhores carros do campeonato, os W05, que principalmente ao final da prova, usaram o máximo de seu desempenho, abrindo uma boa vantagem sobre o piloto de Grove. Esse 3º lugar foi praticamente uma vitória, e confirmou a Williams como a segunda força do grid. Para alguém gelado de raros sorrisos, da Finlândia, ele, é claro, ficou bem sorridente. Rubens Barrichello até brincou com isso, mas não me lembro se ele disse "ganhou até do Ricciardo", ou "só não ganhou do Ricciardo". Parabéns, Valtteri! Que venham outros pódios, e futuramente, vitórias.

(Foto: Getty Images)
Já o Massa, que foi o pole position, chegou logo atrás de seu companheiro, em 4º, deixando o pódio escapar por entre os dedos. Ele acredita que a justificativa para tal desempenho, esteja no primeiro pit stop dele. Não concordo muito. Tudo bem que ele é que estava vivendo isso, e não eu. Mas o telespectador tem uma visão mais ampla da corrida, e vê o que acontece em outros lugares, com outros pilotos.

É verdade sim que, se comparar com as paradas do Valtteri, as do Felipe terminaram com mais de 1 segundo ou mais de diferença. Então, sim, ele perdeu tempo com isso. Porém isso não era um grande problema para ele, que podia ter superado se fosse só isso. Vimos o quanto ele conseguia reduzir a diferença uns bons décimos por volta (como ele faz de costume, mas pouca gente repara, porque não querem reparar) quando perseguia seu companheiro de equipe. Só que isso se complicava quando tinha alguém entre eles, e alguém com ele perdeu bastante tempo hoje, foi logo aquele Pérez que atrasou demais sua parada, e acabou saindo entre os carros de Grove. O mexicano teria que fazer mais uma parada mesmo, e ao invés de atacar, arriscando outro acidente como o da última corrida, a equipe preferiu esperar. E eu entendo esse posicionamento perfeitamente, embora tenham perdido tempo demais com isso, ficando muitas voltas atrás do carro da Force India. Estavam de olho nos pontos do mundial de construtores, oras, e a combinação de seus pilotos estava ótima. Para eles tanto faz quem chega na frente, e estão certos nisso.

O problema é que pouca gente entende ou aceita que a Fórmula 1 é uma disputa de carros, marcas, equipes. O campeonato de pilotos é algo à parte, pois só dá status, e às vezes, disso nascem algumas lendas. Mas no final das contas, o que importa é o tamanho da fatia do bolo de Bernie Ecclestone que a equipe vai pegar, de acordo com sua posição no mundial de construtores. Por que a Williams ia querer seus pilotos brigando pelo 3º lugar, arriscando tudo, se ela sabia que 3º e 4º era o máximo que ela podia ter? Melhor garantir isso. Tudo bem que tudo é um trabalho em conjunto, mas é o piloto que trabalha da equipe, enquanto esta dá o equipamento que ele precisa para conseguir a glória que quer. Seu time de futebol tem algum título, certo? Os jogadores, cada um, é campeão daquilo. Mas primeiro você lembra que o título é do time.

Quando finalmente Pérez foi fazer sua última parada, Felipe teve que se preocupar mais com a aproximação de Fernando Alonso, e se defendeu muito bem do espanhol, abrindo certa vantagem. Um bom 4º lugar para ele, e para a Williams. Importante lembrar que, na pista mesmo, Massa não foi ultrapassado.

Por falar em Alonso, esse acabou sendo outro que perdeu posição ao invés de ganhar. Largou em 4º, chegou em 5º. Mas era o que dava para se fazer com o F14-T nessa atual fase do campeonato, e se não fosse a estratégia de adiar as paradas, o resultado talvez poderia ter sido pior. Então, boa corrida do espanhol. Kimi Raikkonen não se deu tão bem, ou melhor, menos mal, tendo largado em 8º e chegando em 10º, mas pelo menos salvou o último pontinho da zona de pontuação para ele.

(Foto: Getty Images)
Em 6º, Sergio Pérez, outro grande destaque. O mexicano vem calando seus críticos do ano passado. Largou de 16º, já contando com as 5 posições perdidas como punição pelo acidente em Montreal. Ele sempre esteve muito rápido, chegando a liderar a corrida por algumas voltas, e mesmo com pneus mais desgastados, abria vantagem sobre Rosberg. Se não fosse obrigado a usar os pneus super macios no final da prova, poderia ter chegado até em 4º. Mas ganhar 10 posições em uma corrida, com um carro de equipe média, não está nada mal. Certo? Aliás, a Force India vem desenvolvendo muito bem o seu modelo, que casa bem com essa pista. Rápido nas retas, rápido nas curvas fechadas, e economiza bem os pneus. Bem parecido com as Williams, porém os ingleses consomem mais pneus. Seu companheiro, o alemão Nico Hulkenberg, largou em 10º e chegou em 9º, mas fez o melhor pela sua estratégia, sempre mostrando uma pilotagem muito boa. Ah, sim! Ele também fez a volta mais rápida da corrida, em 1m,12s,142.

A McLaren seguiu naquele seu ritmo de equipe média que esta vem se tornando mais a cada ano, infelizmente. Não vestindo a camisa dela, mas pela equipe que ela já foi um dia, é triste. Assim como já foi com a Williams na era dos motores V8 2.4L, mas que agora vem se recuperando. Kevin Magnussen largou em 6º e perdeu uma posição, chegando em 10º. Pouca diferença, assim como foi com Jenson Button, só que ao contrário. O inglês largou em 12º e ganhou uma posição, chegando em 11º.

(Foto: Getty Images)
Falando dos anfitriões, a Red Bull não poderia sair mais infeliz de sua nova casa. Na primeira volta, mais uma vez o RB10 de Sebastian Vettel teve problemas, perdendo completamente a tração. Um problema eletrônico, que surgiu por causas desconhecidas. Aos poucos, o tetracampeão foi se arrastando pela pista, em velocidade cada vez menor. Quando a abandono parecia iminente, o carro voltou à "vida", e o alemão saiu voando tentando correr atrás do prejuízo. Porém ele ficou tanto tempo naquele mal estado, que já tinha perdido tempo demais, sendo ultrapassado por todos e posteriormente tomando 1 volta de todo mundo. Lembrando que isso foi ainda na primeira volta. Ainda quebrou a asa dianteira quando tentava ultrapassar a Sauber de Adrian Sutil, tendo que fazer uma para extra para trocá-la. Logo, um pouco mais tarde (e por mim até demorou) a Red Bull percebeu que era melhor abandonar, para conservar o motor V6 1.6L turbo Renault, já que as unidades de força são mais limitadas nesse ano. E também para preservar o câmbio. Daniel Ricciardo até surpreendeu largando em 5º, mas chegou apenas em 8º. Os carros de Adrian Newey, apesar deste ser genial, com os motores Renault não dão nada certo nessa pista. Os Red Bull são absurdamente rápidos nas curvas de alta velocidade, pois a aerodinâmica é o seu ponto forte. Mas as curvas do A1 Ring são mais, digamos, "travadas", fechadas, exigindo dos carros uma retomada mais forte, e nisso as unidades de força francesa já tem uma certa desvantagem. Ainda por cima, o autódromo possui longas retas, e mais uma vez, os Renault sofrem, pois são menos potentes de que os Ferrari e principalmente que os Mercedes-Benz. Mas já foram piores. Evoluíram bastante desde a pré temporada, quando sequer conseguiam dar muitas voltas.

Se as coisas não foram boas para a divisão principal de bebidas energéticas, também não foi para a equipe menor. A Toro Rosso teve dois abandonos. Primeiro, o russo Daniil Kvyat ia tranquilamente por uma reta, pilotando bem, quando sem mais nem menos sua suspensão traseira esquerda se quebrou, e consequentemente ele também perdeu os freios, indo parar fora da pista, mas felizmente não sofreu nenhum impacto, como poderia ter sido numa situação dessas. Mais tarde, os freios de Jean-Éric Vergne foram virando pó, soltando nuvens pretas de fumaça pela pista, o que é perigoso tanto para ele quanto para quem vem atrás. Sendo assim, o francês teve que abandonar. Confiabilidade nunca foi um ponto muito forte da Toro Rosso, apesar do desempenho deles surpreender algumas vezes, sendo uma boa equipe média.

(Foto: Toro Rosso)
Até as posições que contei, para trás, mais nada de surpreendente. Só devo destacar a última posição de Esteban Gutiérrez, atrás das Marussia e da Caterham. O mexicano teve problemas em um pit stop, quando os mecânicos os liberaram antes da hora. Por isso, inclusive quase machucou um deles. Por esta razão, ele tomou um penalty de 10 segundos nos boxes, e como seu carro já é um dos piores do grid, acabou terminando nesta posição.


Resultados finais do GP da Áustria 2014 de Fórmula 1:

(Posição / Piloto / Número de piloto / País / Equipe / Motor / Tempo-Diferença)

1 - Nico Rosberg #6 (Alemanha / Mercedes AMG Petronas / Mercedes-Benz) = 71 voltas em 1h,27m,54s,967
2 - Lewis Hamilton #44 (Inglaterra / Mercedes AMG Petronas / Mercedes-Benz) = +1s,932
3 - Valtteri Bottas #77 (Finlândia / Williams Martini Racing / Mercedes) = +8s,172
4 - Felipe Massa #19 (Brasil / Williams Martini Racing / Mercedes-Benz) = +17s,358
5 - Fernando Alonso #14 (Espanha / Scuderia Ferrari / Ferrari) = +18s,553
6 - Sergio Pérez #11 (México / Sahara Force India / Mercedes-Benz) = +28s,546
7 - Kevin Magnussen #20 (Dinamarca / McLaren / Mercedes-Benz) = +32s,031
8 - Daniel Ricciardo #3 (Austrália / Infiniti Red Bull Racing / Renault) = +43s,522
9 - Nico Hulkenberg #27 (Alemanha / Sahara Force India / Mercedes-Benz) = +44s,137
10 - Kimi Raikkonen #7 (Finlândia / Scuderia Ferrari / Ferrari) = +47s,777
11 - Jenson Button #22 (Inglaterra / McLaren / Mercedes-Benz) = +50s,966
12 - Pastor Maldonado #13 (Venezuela / Lotus F1 Team / Renault) = +1 volta
13 - Adrian Sutil #99 (Alemanha / Sauber F1 Team / Ferrari) = +1 volta
14 - Romain Grosjean #8 (França / Lotus F1 Team / Renault) = +1 volta
15 - Jules Bianchi #17 (França / Marussia F1 Team / Ferrari) = +2 voltas
16 - Kamui Kobayashi #10 (Japão / Caterham F1 Team / Renault) = +2 voltas
17 - Max Chilton #4 (Inglaterra / Marussia F1 Team / Ferrari) = +2 voltas
18 - Marcus Ericsson #9 (Suécia / Caterham F1 Team / Renault) = +2 voltas
19 - Esteban Gutiérrez #21 (México / Sauber F1 Team / Ferrari) = +2 voltas

Mundial de Construtores: http://www.formula1.com/results/team/

Próxima para, Silverstone, para o tradicional GP da Inglaterra! Mas só mês que vem, nos dias 4, 5 e 6 de julho.

(Foto: Getty Images)
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Um abraço!

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