A Toyota roubou a atenção de muitos no último Salão de Detroit, que aconteceu no mês passado. O motivo? O que os fãs da marca mais aguardam: seu novo esportivo puro sangue. Aparentemente, ele finalmente chegou: o FT-1. Mas claro, ainda é apenas um conceito.
Mais de uma década após o encerramento da produção do mítico Supra, que fez muito sucesso nos anos 90, a Toyota voltou à esportividade. Seu famoso motor 2JZ já era um canhão de fábrica, e ainda por cima caiu no gosto dos preparadores, que fizeram dele uma máquina de bater superesportivos europeus. Em 2011, numa parceria com a Subaru, a Toyota apresentou o GT86, que tem versões que variam entre os 160 cv e 200 cv. Esportivo, e um ótimo carro sim, mas ainda um pouco longe de herdar o legado do Supra.
Não se sabe os dados técnicos do FT-1, mas a Toyota disponibilizou seu novo bólido no excelente simulador automobilístico Gran Turismo 6, para o PlayStation 3. Sendo assim, fui fazer um teste. Claro que não é a mesma coisa que dirigir o carro de verdade, mas já dá para ter uma boa ideia do que está por vir.
O cockpit, como podem ver um pouco, é bem futurista. Belo volante. Uma tela no centro mostra o trajeto, e um visor transparente como o de um caça logo acima, mostra a velocidade e as RPM, que também são indicadas por luzes no volante, ao lado de outro visor que indica a marcha que está engatada.
No maior traçado do lendário "Green Hell" (STEWART, Jackie), ou seja, o longo circuito de Nürburgring, fui ver do que o Toyota é capaz, e sinceramente, me impressionei. Não apenas por ser fortíssimo, mas pelo que mais me chama a atenção: estabilidade. Eu tive que forçar demais, mas demais mesmo, para conseguir uma saída proposital de dianteira. De traseira, nada, sendo que a tração vem desse eixo. Direção obediente, precisa, contornando elegantemente cada curva do circuito alemão. Os freios trabalham de maneira exemplar. Melhor que isso, só de corrida mesmo. As suspensões, apesar de serem até suaves para um carro desse porte, seguravam toda a sua cavalaria muito bem nas curvas, e olha que, apesar de não saber a potência, posso garantir que é alta. Mesmo assim era desnecessária uma suspensão mais rígida. E a falta desta deixava o FT-01 mais, digamos, macio. Mais prazeroso de guiar.
Pisando sem dó no acelerador na maior reta de Nürburgring, foi possível verificar a velocidade máxima desse foguete: 293 km/h à aproximadamente 8.000 RPM, na 6ª e última marcha. Chegou nisto facilmente. Ah! Nada de motor híbrido, felizmente. É puramente a combustão mesmo, como um verdadeiro esportivo deve ser (podem me chamar de ultrapassado). Mas não é só na velocidade final que ele impressiona. Ele arranca muito bem, e as retomadas são igualmente rápidas. Um verdadeiro carro dos sonhos.
Apesar de ter tudo para fazer sucesso, a Toyota desconversa sobre uma produção em série, ou dele ser um substituto oficial do Supra. Mas não nega que o design ousado dele, criado nos EUA, e bem diferente do conservadorismo visual da marca, pode mostrar traços das próximas gerações dos carros nipônicos.
Ah, sim: o visual. Fiquei tão empolgado com o desempenho, que já estava me esquecendo. A dianteira lembra um pouco um bico de um fórmula (e particularmente, também me lembra o Mazda RX-8), e na traseira, outra coisa que com certeza foi inspirado no mundo das corridas: a luz de freio, no lugar onde fica, é bem semelhante às luzes ligadas nos carros de Fórmula 1 quando chove ou tem neblina. Por falar na traseira, provavelmente é desse ponto de vista que a maioria dos outros motoristas irá ver o Toyota FT-1.
Tomara que seja produzido, ou que este seja apenas um aperitivo do que ainda está por vir.
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Um abraço!
Paulo Vitor
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